Os vários distúrbios da glândula tireóide

Dieta desequilibrada ou transtorno decorrente de uma vida sedentária podem ser os inimigos de um aumento repentino de peso.

No entanto, distúrbios na glândula tireoide, que produz os hormônios responsáveis por acelerar ou retardar o metabolismo podem, também, ser os causadores do sobrepeso e de outras disfunções no organismo, principalmente, entre as mulheres. Problemas nesta glândula que pesa perto de 30 gramas são muito comuns.

A tireoide lembra uma borboleta e fica na frente da laringe. É a responsável pela produção dos hormônios tireoideanos: o T3 e o T4, que regulam a velocidade do funcionamento do organismo.

Os distúrbios na glândula podem aparecer em qualquer fase da vida, com uma incidência maior após os 40 anos de idade.

De acordo a endocrinologista Fátima Sandmann, da Amil Paraná, a predisposição genética é provavelmente predominante e responsável aproximadamente por 80% da susceptibilidade às doenças tireoideanas autoimunes.

Conforme a médica, os outros casos – menos de 20% – seriam determinados por fatores ambientais, como tabagismo, estresse, infecções, iodo e drogas. “Com efeito, o sistema imunológico de quem vive estressado tende a atacar a tireoide como se ela fosse um vírus”, alerta a especialista.

São os hormônios da tireoide que controlam o conjunto de processos que acontecem no interior de cada célula, queimando as calorias ingeridas com os alimentos para produzir a energia necessária à manutenção das funções vitais e à realização de atividades físicas.

Assim, no entender da endocrinologista, são imprescindíveis para a manutenção normal das pessoas em desenvolvimento. “Um déficit desses hormônios nas primeiras etapas da vida pode produzir retardo mental e do crescimento, já no organismo adulto, seu principal efeito é manter a estabilidade metabólica na maioria dos tecidos”, comenta Fátima Sandmann.

Hipotireoidismo

Os quadros de disfunção da tireoide ocorrem quando há uma produção descontrolada dos hormônios, acelerando ou retardando demais esses processos. Se a glândula produz pouco hormônio, fica caracterizado o hipotireoidismo: tudo fica mais lento, o cansaço e o sono aumentam – e o peso também. Se a glândula produz hormônio demais, o problema é hipertireoidismo: o corpo fica acelerado, como uma máquina desregulada.

O hipotireoidismo é o distúrbio cuja causa mais comum na população adulta é a Tireoidite de Hashimoto, que se caracteriza por uma inflamação crônica da tireoide ocasionada por anticorpos que atacam a própria tireoide.

Os sintomas mais freqüentes são câimbras, intolerância ao frio, pele seca, fadiga, diminuição da memória, alteração do raciocínio, edema nas órbitas oculares e rouquidão.

“Muitos pacientes podem apresentar um grande número de sintomas que pode nos fazer pensar em hipotireoidismo, como queda de cabelo, ritmo intestinal irregular, pele ressecada, ganho de peso, tontura, entre outros”, comenta a especialista, explicando que em outros casos nenhum sintoma sugeria essa disfunção. Para isso é preciso que se faça o exame por meio da dosagem dos hormônios tireoideanos no sangue e ecografia da tireóide.

Hipertireoidismo

Outro problema ocasionado pela disfunção da tireoide é o hipertireoidismo, que é quando ocorre um hiperfuncionamento da glândula. Segundo a endocrinologista, os pacientes queixam-se de nervosismo, inquietude, intolerância ao calor, sudorese excessiva, fadiga, fraqueza, câimbras, alterações do peso (habitualmente perda de peso) e palpitações.

Muitas vezes é o cardiologista que suspeita dessa alteração e encaminha os pacientes para o endocrinologista. Taquicardia também pode se apresentar como sintoma de hipertireoidismo e de acordo com a médica, entre os pacientes idosos esse distúrbio pode ser ainda mais frequente, atingindo cerca de 28% dos pacientes.

No tratamento das doenças causadas da disfunção da tireoide, Fátima Sandmann ressalta que qua,ndo há necessidade de reposição hormonal, o que vai manter a glândula em equilíbrio é o uso correto da medicação. “A dose é determinada por exames laboratoriais e pelas consultas, onde o especialista define a quantidade que deve ser utilizada”, alerta.

Em alguns casos de disfunção da tireoide, existe cura. Sendo assim, é essencial que a glândula esteja funcionando bem, uma vez que o aumento ou a diminuição na quantidade de hormônios tireoideanos é capaz de causar grande desequilíbrio no organismo, levando a complicações diversas.

Sinais e sintomas

* Fadiga
* Depressão
* Ganho de peso
* Intolerância ao frio
* Câimbras
* Pele seca
* Bradicardia
* Obstipação intestinal
* Perda de cabelos
* Infertilidade
* Irregularidades menstruais