Os perigos das hepatites para o fígado

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, no Brasil, uma em cada 30 pessoas pode estar infectada pelos vírus causadores das hepatites B e C.

Os números, quando analisada a população mundial, são ainda piores: uma em cada 12 pessoas sofre com um desses vírus que atacam o fígado.

O agravante é o fato de serem doenças silenciosas e, por isso, a maioria dos portadores não sabe que está doente, não buscando, consequentemente, ajuda médica.

Sem o diagnóstico e tratamento adequados, muitos casos evoluem para a insuficiência hepática, cirrose e, até mesmo, o câncer hepático.

Hoje, no Dia Mundial das Hepatites Virais, a ONG Grupo Otimismo toma a frente da campanha “Sou o número 12”, promovida mundialmente pela World Hepatitis Alliance.

“A falta de informação sobre as hepatites e sobre a existência de tratamentos são o grande problema do cenário brasileiro”, afirma Carlos Varaldo, presidente da Otimismo. Por isso, a data servirá tanto para alertar sobre a importância da prevenção quanto para estimular a realização de exames que fazem o diagnóstico dos vírus.

Complicações hepáticas

Mundialmente, as hepatites B e C atingem 520 milhões de pessoas, número 13 vezes maior que a epidemia de aids. Só no Brasil, cerca de quatro milhões de pessoas podem estar infectadas com o vírus da hepatite C e dois milhões com o vírus da B. No entanto, mais de 95% ainda desconhecem que estão doentes e podem conviver com sérias complicações hepáticas.

“Não realizar campanhas de detecção de hepatites pode acarretar grande aumento nos casos de cirrose, câncer e insuficiência hepática nos próximos anos”, ressalta Varaldo, salientando a importância de as pessoas se informarem sobre a realização de testes, pois, no caso de diagnóstico positivo, há tratamento.

Dados da OMS dão conta de que existem mais de dois bilhões de pessoas infectadas pelo vírus causador da hepatite B. Desse número, cerca de 350 milhões de portadores têm a infecção do tipo crônica e correm alto risco de desenvolver problemas sérios no fígado.

A doença representa a 10.ª causa de morte no mundo. O vírus B é resistente e altamente contagioso na relação sexual – 100 vezes mais que o HIV. Só no Brasil, o Ministério da Saúde estima que mais de dois milhões de pessoas já foram contaminadas.

A hepatite C, mais comum infecção crônica sanguínea, é transmitida primariamente por meio do sangue e derivados. De acordo com a OMS, no mundo, 170 milhões de pessoas sofrem com a doença. Aproximadamente quatro milhões de novos casos de infecção são descobertos ao ano.

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que, cerca de três milhões de pessoas sejam portadoras do vírus C. Apesar da possibilidade de cura, a doença é uma das principais causas das complicações hepáticas e transplantes de fígado.

Conheça as diferenças entre as hepatites B e C

HEPATITE B

O vírus da hepatite B (HBV) pode ser encontrado no sangue, saliva, sêmen, secreção vaginal, fluxo menstrual, urina e no leite materno. A transmissão ocorre quando o sangue ou fluidos orgânicos contaminados pelo vírus penetram na corrente sanguínea.
Transmissão

* De mãe para filho, no momento do nascimento
* contato sexual
* compartilhamento de seringas ou agulhas ou ferimentos
* transplante de órgão ou tecidos contaminados

Sintomas

* logo após a infecção: sem sintomas ou é sentido um estado semelhante ao de um resfriado.
* forma crônica: febre, mal-estar, urina escura, fezes esbranquiçadas e amarelão. Sem dar sinais, evolui para quadros graves, como cirrose ou câncer, sem que o paciente perceba o risco que representa para sua saúde.

Prevenção

* vacina

HEPATITE C

A principal via de transmissão do HCV (vírus da hepatite C) é por meio do contato com sangue e secreções contaminadas.

Transmissão

* transfusão de sangue e derivados antes de 1992
* hemodiálise (pelo compartilhamento de materiais contaminados)
* compartilhamento de seringas e agulhas no uso de drogas intravenosas
* manipulação de material contaminado por profissionais como paramédicos, bombeiros, policiais, manicures

Sintomas

* Como age silenciosamente, a doença raramente provoca sintomas. Sem dar sinais também evolui para quadros graves, como cirrose ou câncer, sem que o paciente perceba o risco que representa para sua saúde.

Prevenção

* não existe vacina