O impacto da DPOC na Terceira Idade

A chegada da maturidade requer a adoção de uma série de medidas visando manter a saúde. Muito se fala sobre esse assunto e, atualmente, uma preocupação crescente entre os médicos é a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), um problema respiratório grave, causado principalmente pelo hábito de fumar. Por ser progressiva, a doença geralmente se manifesta após os 40 anos e se não for diagnosticada e tratada em tempo, pode comprometer seriamente ao dia-a-dia do portador e até incapacitá-lo.

O pneumologista Fernando Lundgren, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) alerta que os pacientes acima de 60 anos que não foram diagnosticados precocemente tendem a apresentar quadros mais graves com crises e internações freqüentes. ?Em geral, os sintomas mais evidentes da DPOC na terceira idade são a tosse, o pigarro e a falta de ar?, salienta. O distúrbio gera redução da capacidade de realizar tarefas diárias e desconforto respiratório. O aumento desses sintomas ocorre durante as crises, cuja intensidade é o fator mais preocupante.

A DPOC já é a quinta maior causa de morte no Brasil, com 39 mil óbitos por ano – mais de quatro brasileiros a cada hora – segundo dados do Datasus (Ministério da Saúde). Estima-se que a doença afete mais de 5,5 milhões de pessoas no País. Apesar da alta incidência, a doença permanece pouco conhecida, por isso seu diagnóstico, muitas vezes, demora a ser comprovado. Seus sintomas são facilmente confundidos com os de outros problemas respiratórios ou com a falta de condicionamento físico devido ao avanço da idade, o que freqüentemente leva a um diagnóstico tardio.

Exames preventivos

Embora ainda não tenha cura, a DPOC pode ser controlada com medicamentos específicos, como o brometo de tiotrópio, primeira substância desenvolvida especialmente para o tratamento da doença. Disponível no Brasil desde 2003, o medicamento pode ser encontrado na rede pública de saúde. ?O tratamento é capaz de interferir de forma positiva na evolução da doença?, garante Fernando Lundgren. O especialista lembra, também que por ser uma medicação inalável e tem efeito de 24 horas, o tratamento torna-se simples para o paciente, melhorando a qualidade de vida e reduzindo o número e a intensidade das crises. ?Isso possibilita mais liberdade, uma vez que não interfere na rotina do paciente e da família?, completa.

Por outro lado, se a doença não for tratada adequadamente, com o tempo a falta de ar e o cansaço causam dificuldades para a prática das atividades mais simples, como caminhar, subir escadas e, em estágios mais avançados, até para tomar banho, vestir-se ou comer. Por isso é importante a realização de exames diagnósticos preventivos, como a espirometria – exame simples que se faz soprando em um aparelho que mede a capacidade pulmonar -, considerado o método mais adequado para diagnosticar a doença.

A SBPT faz ainda um apelo para que os idosos e também a família não subestimem os sintomas desta doença pulmonar, acreditando que a falta de ar ou a tosse são comuns na idade avançada. ?O desafio hoje é saber amadurecer com saúde, assim, com tratamento adequado o paciente se torna mais ativo e independente, preservando a qualidade de vida?, finaliza o especialista.

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