Um grupo de quinze médicos dermatologistas de Curitiba realizou um mutirão, na manhã de ontem, no Asilo São Vicente de Paulo, bairro do Cabral (zona norte), que abriga 147 senhoras entre 35 e 95 anos de idade. Os profissionais examinaram a pele de cerca de cinqüenta idosas internadas no local para detectar possíveis sinais de câncer, como manchas que mudam de cor e tamanho, ou ainda que provocam coceira.
“O câncer de pele é resultado do efeito cumulativo à exposição ao sol no decorrer de toda vida”, explicou o dermatologista do Hospital de Clínicas da UFPR, Carlos Augusto Silva Bastos, um dos participantes do mutirão. “Por isso, embora atinja pessoas de todas as idades, ainda é mais comum em idosos.”
A dermatologista Cyntia Cooti, que também realizou exames nas idosas, lembrou que o câncer de pele é mais comum na terceira idade porque, quando os pacientes eram jovens, informações sobre a doença ainda não eram tão divulgadas. “Além de examinar, nossa intenção é informar as senhoras do asilo sobre fotoproteção”, contou.
A diretora do asilo, Iracema Ferranti, revelou que a visita dos dermatologistas é muito importante para prevenir o aparecimento da doença dentro da instituição. Segundo ela, alguns cuidados já são tomados pelas idosas para evitar o problema. “Evitamos que as senhoras realizem caminhadas em horários de sol forte, pois sabemos que elas têm a pele mais sensível. Também as aconselhamos a não se exporem excessivamente ao sol”, afirmou.
Câncer
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que 82.155 novos casos de câncer de pele devem ser diagnosticados no Brasil até o fim do ano. Existem três tipos de manifestações da doença: carcinoma baso-celular, carcinoma epidérmico e melanoma. O primeiro aparece como uma pápula perolada e que deve ser retirada com cirurgia. O segundo consiste em um tumor ulcerado, comum no lábio inferior, que pode fazer metástase e também deve ser retirado completamente com cirurgia. Já o terceiro tem alto potencial de produzir metástases.