Executivos à beira de um ataque de nervos

Um estudo inédito, realizado no Hospital Albert Einstein, de São Paulo, com 4 mil executivos, revela uma alta insatisfação com a qualidade de vida. Do total de participantes, 70% consideram levar uma vida estressante e 72% afirmam ter ansiedade. Os fatores de risco também estão presentes, sendo que 76% são sedentários, 13% são hipertensos e 20% são tabagistas. Os resultados apontam ainda que as mulheres se cuidam melhor do que os homens. Enquanto 71% dos homens estão com sobrepeso ou são obesos, apenas 26% das mulheres estão acima do peso adequado. O público feminino também apresenta melhores índices de níveis de colesterol, percentagem de gordura corporal e relação cintura-quadril.

A inovação tecnológica na medicina ampliou a expectativa de vida da população e trouxe um novo desafio à saúde, que é o de garantir qualidade de vida nos anos adicionais conquistados. ?Para atingir esse objetivo, a prevenção e o diagnóstico precoce ganharam ainda mais importância, principalmente em razão da prevalência de doenças crônicas?, explica José Antonio Maluf de Carvalho, coordenador do programa de medicina preventiva do hospital.  

Entre os fatores de risco, o sedentarismo é o que mais se destaca. Do total de pacientes, 76% são sedentários ou pouco ativos, isto é, não cumprem a meta de atividade física mínima, que é de 30 minutos diários. Pessoas que passam de sedentárias para pouco ativas ? que realizam pelo menos 10 minutos de exercício sem atingir a recomendação internacional – reduzem em 40% os riscos de um evento cardiovascular.

Estresse e ansiedade

A hipertensão arterial, que aumenta o risco de infarto, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e que também compromete a visão, acomete 13% dos participantes. Outro importante fator de risco cardiovascular, o tabagismo, foi verificado em 20% dos pacientes do estudo. Sabe-se que parar de fumar reduz em 34% as chances de ter um infarto.

Em relação à qualidade de vida, 76% consideram levar uma vida estressante e grande parcela afirma ter ansiedade. Apesar disso, apenas 25% apresentam sinais de estresse quando avaliados objetivamente. Fator mais preocupante é que dentre os que não se consideram estressados, 36% apresentam sinais e, possivelmente, não tomam as medidas de controle necessárias. ?Essas discrepâncias entre a percepção subjetiva e a avaliação objetiva devem-se provavelmente a diferenças de conceitos sobre o que seja estresse?, reconhece José Maluf de Carvalho.

Durante o estresse, estado de tensão que causa desequilíbrios físicos e psíquicos, a pessoa costuma experimentar ansiedade, sentimento natural que pode ser favorável quando em intensidade tolerável. A ansiedade torna-se uma doença quando sua intensidade e duração interferem no dia-a-dia, na capacidade de tomar decisões e apresenta sintomas físicos, como palpitações.

O que fazer para se ter uma vida saudável e com qualidade

* Manter peso saudável (atenção ao Índice de Massa Corpórea – IMC).

* Interromper qualquer forma de tabagismo.

* Realizar atividade física regular e moderada por mais de 30 minutos, pelo menos 5 dias na semana.

* Se alimentar de maneira correta, limitando a ingestão de sal, açúcares e gorduras e adotando uma dieta balanceada (frutas, legumes, vegetais, grãos, fibras e peixe).

* Controlar a pressão arterial, colesterol e diabetes.

* Consumir bebidas alcoólicas com moderação (máximo de duas doses ao dia para homens e uma dose ao dia para mulheres).

* Diminuir os agentes estressores, se planejando melhor, não exigindo tanto de si mesmo e identificando uma atividade prazerosa.

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