Entre os dias 21 e 25 de maio, a Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma ? ABRAG ? promove a Semana de Combate ao Glaucoma 2007. A iniciativa, que conta com o apoio da indústria farmacêutica, tem por objetivo informar a população e chamar a atenção dos órgãos públicos sobre a doença, seus desdobramentos e custo social.
O glaucoma é causado pelo aumento da pressão intra-ocular, devido a um bloqueio do fluído no interior do olho. Com o tempo, isto causa dano ao nervo óptico e, se não for devidamente tratado, leva à perda gradual e irreversível da visão. A cegueira pelo glaucoma atinge cerca de 67 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, estima-se que mais de 900 mil pessoas sejam portadoras da doença, que é a principal causa de cegueira irreversível. O grupo de risco é formado por pessoas com mais de 40 anos, histórico familiar de glaucoma, negros, portadores de alta miopia ou diabetes. Como forma de prevenção da doença, esse grupo deve consultar regularmente o oftalmologista.
A doença é assintomática – 80% dos portadores, no início, não sentem nada e não apresentam alterações na visão. Na forma crônica, as alterações só são percebidas quando o problema já está em estágio avançado. Na forma aguda há dor e redução da visão periférica. Podem ainda haver as formas congênita e secundária – mais raras. O tratamento, a base de colírios, laser ou cirurgia ? de acordo com o perfil do portador ? é realizado com o objetivo de conter a evolução da doença, que não tem cura. Portanto, os glaucomatosos necessitam de acompanhamento médico durante toda a vida.
O primeiro passo para o sucesso do tratamento é a compreensão do paciente e seus familiares sobre a gravidade da doença e correta utilização dos medicamentos. Como a maior parte dos pacientes é tratada clinicamente, a utilização incorreta dos colírios e o conseqüente perigo da contaminação é um dos maiores problemas verificados pelos especialistas no tratamento do glaucoma. Isso causa o agravamento dos sintomas e faz com que o oftalmologista acabe recomendando tratamentos mais fortes e incômodos, inclusive a cirurgia. Estudo realizado no Instituto da Visão da UNIFESP revelou que 60% dos pacientes utilizam os colírios de forma incorreta.
Outro grande desafio é a adesão ao tratamento. Para evitar o esquecimento, a ABRAG criou um receituário ilustrado, que associa os horários de uso dos medicamentos à rotina do paciente, como os horários das refeições ? está provado que é mais fácil lembrar de instilar um colírio após o café da manhã e após o jantar, quando o período é de 12 em 12 horas.
A ABRAG – Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma, entidade sem fins lucrativos, foi criada no início de 2000, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos glaucomatosos. A entidade, abrigada pela UNIFESP, oferece apoio, educação e informação aos pacientes e à população em geral, com o suporte de escolas superiores de Medicina, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, da Sociedade Brasileira de Glaucoma, de médicos especialistas e das empresas fabricantes de medicamentos.