Queda no mercado hoteleiro

Um estudo realizado pela Hotel Investment Advisors (HIA) confirmou que os resultados financeiros da hotelaria brasileira no ano passado caíram em relação aos anos anteriores. A pesquisa contou com a participação de 150 propriedades, que juntas somam um total de 23 mil apartamentos. “O setor fecha o ano em fevereiro e a confirmação dos dados só foi possível agora com o preenchimento e posterior análise dos formulários”, esclareceu o diretor da empresa, Ricardo Mader.

As crises internacionais aliadas às internas foram os principais responsáveis por esse desaquecimento do setor. Além disso, o fim do ciclo de desenvolvimento de hotéis que foram lançados em 1997 e inaugurados entre o ano passado e este também contribuíram para a queda no desenvolvimento do mercado. Para se ter uma idéia do aumento da oferta, nos últimos dez anos o número de hotéis e flats dobrou no Brasil. Em 1992, havia um total de 2,5 mil hotéis e flats. Já em 2002, foram registrados 5,2 mil hotéis. Quanto ao número de quartos, em 1992, o mercado nacional tinha um total de 140 mil unidades. Neste ano, foram registrados mais que 260 mil apartamentos. A pesquisa revela ainda o crescimento na participação das cadeias hoteleiras dentro do mercado. Em 1992, as cadeias hoteleiras representavam cerca de 4% do total de hotéis do Brasil. Em 2002, este percentual subiu para 7% do total de flats e hotéis.

De acordo com o estudo, a taxa de ocupação em 2001 foi, em média, de 50%. Mader comenta que os hotéis econômicos apresentaram os melhores índices de crescimento ficando acima de 10% na taxa de ocupação. Para o sócio da Boucinhas & Campos Soteconti Auditores Independentes, Marcelo Conti, os econômicos apresentaram um desempenho melhor e estão tirando o mercado dos de luxo, devido a todas as crises econômicas. No ano passado, a taxa de ocupação dos econômicos foi de 58% e a diária média de R$ 78.

Os executivos comentam que o que o pior desempenho ficou por conta do mercado de luxo, com uma queda de cerca de 7% na taxa de ocupação, situação que deve prevalecer ainda este ano. A taxa de ocupação para o segmento de luxo foi de 48% e a diária média de R$ 129.

Os executivos comentam que este ano será bastante parecido com o ano anterior. Para 2003, Mader diz acreditar em um início de recuperação da demanda, no entanto, ele afirma que os níveis de ocupação ainda ficarão abaixo de 50%.

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