As pequenas e microempresas de agenciamento turístico e de turismo receptivo vão ganhar mais um apoio no sentido da profissionalização. Esse é o objetivo final do Proagência – Programa de Desenvolvimento Setorial em Agenciamento e Operações Turísticas, que está sendo desenvolvido pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional), em parceria com o Sebrae e apoio técnico do Instituto de Hospitalidade. A idéia é capacitar essas empresas a fim de ampliar sua competitividade no mercado e, conseqüentemente, sua geração de receitas, além de fortalecê-las para enfrentar obstáculos ou ambientes menos favoráveis. ?Queremos que as agências tenham um planejamento de gestão – estratégico, de marketing e financeiro -, para que sejam mais fortes e consigam sobreviver frente a situações adversas?, diz o presidente da Abav-PR, Antônio Azevedo.
A redução do comissionamento por parte das companhias aéreas é um dos exemplos de adversidade perante a qual as agências devem estar preparadas, segundo Azevedo. Depois de executar uma ampla pesquisa para conhecer a situação das empresas em relação à atuação e ao desempenho do negócio e às práticas empresariais relevantes para o seu sucesso, a Abav pretende, até o fim do primeiro semestre do ano que vem, traçar módulos educacionais (incluindo métodos modernos de ensino, como o a distância) para, no segundo semestre, dar início a cursos focados na realidade e necessidade real das empresas. Os cursos serão ministrados por meio do Iccabav, o Instituto de Capacitação e Certificação da Abav. As agências e profissionais que participarem dos cursos ganharão um certificado. ?A certificação será um meio de mostrar que aquela empresa realmente é profissional?, enfatiza Azevedo.
Venda de passagens lidera serviços
A preocupação dos agentes de viagens brasileiros quanto à redução do comissionamento pago pelas companhias aéreas tem razão de ser. É o que mostrou a pesquisa feita pela Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens) junto a seus associados e que está servindo de base para o desenvolvimento do Proagência, Programa de Desenvolvimento Setorial em Agenciamento e Operações Turísticas.
De acordo com a pesquisa, a venda de passagens aéreas é o serviço mais comercializado nas agências de viagens brasileiras e o comissionamento é a única fonte de faturamento da maioria das empresas. No Brasil, as companhias aéreas reduziram a comissão paga às agências nos últimos anos. Até 2000, a comissão era de 9% para a venda de bilhetes internacionais e 10% na venda de nacionais; hoje é de 6% e 7%, respectivamente.
Das agências pesquisadas, 82,4% disseram ter os bilhetes aéreos domésticos como produto mais comercializado, seguido das passagens internacionais (79,5%). A venda de pacotes operados por terceiros (73,8%) e a venda de meios de hospedagem (67%) ocupam, respectivamente, o terceiro e quarto lugares.
A consulta aponta ainda que a principal área de atuação das agências de viagens é a venda de serviços emissivos – 63,4%. O presidente da Abav-PR, Antônio Azevedo, comenta sobre o segmento de atuação das agências de viagens pesquisadas. ?O turismo de lazer, atendido por 76,8% das agências, continua a ser o mais comercializado do país, seguido pelo turismo de negócios (73,3%), responsável pela maior lucratividade. Já os cruzeiros marítimos são atendidos por 56,6% e representam, no máximo, 10% do faturamento. Um aspecto novo é o crescimento do turismo GLS/GLTB com 4,5% de atendimento?, destaca.
Os diferenciais mais relevantes para os pesquisados são os serviços de qualidade, a assessoria e consultoria de viagens, a tradição no mercado, criatividade, articulação com redes de fornecedores, diversidade e personalização de produtos, sem esquecer da personalização do atendimento e das ações pós-venda, que são consideradas fundamentais para a fidelização do cliente.
Para a confecção da pesquisa, a Abav enviou 1.043 questionários, dos quais 930 serviram para traçar o perfil do setor. A pesquisa levou em consideração as peculiaridades de cada segmento e região.