Caminhando pela deslumbrante Suíça

Cortada pelos famosos Alpes e dona de uma das metrópoles com melhor qualidade de vida da Europa, Zurique, a Suíça é pequena em tamanho – tem pouco mais de 41 mil quilômetros quadrados -, mas grandiosa em atrações. Explorar este “meio de caminho” entre Itália, França e Alemanha é uma empreitada fascinante e deve incluir aventura, diversão, cultura e contemplação.

De terreno montanhoso, o país abriga uma população que gosta de caminhar. E, como turista, você acaba adaptando essa tendência. Até porque, conhecer o país a pé é o que permite aproveitá-lo em sua essência.

Os suíços fazem em média 130 milhões de horas de caminhadas por ano nos mais de 62 mil quilômetros de trilhas que cortam o país – todas quase tão bem sinalizadas quanto as estradas.

É verdade, os Alpes suíços são cruzados por belas estradas e ferrovias sinuosas, mas o melhor e mais barato meio de conhecê-los de perto é caminhar por essa gigante rede de trilhas – mais de um terço delas (23 mil quilômetros) fica nas montanhas.

O país é atravessado também por quatro rotas internacionais: o caminho europeu E1 (da Suécia à Itália), a Via Alpina (de Mônaco a Trieste), o Caminho de Santiago (trecho Rorschach-Genebra) e a Via Francigena (da Francônia, na Alemanha, a Roma).

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Mais de um terço das trilhas suíças fica nas montanhas: paisagens de tirar o fôlego.

Zurique

Quer andar um pouco mais? Então não hesite em conhecer a capital cultural do país, Zurique, também a pé. Tudo bem, lá você pode dividir a caminhada com ônibus e bondes – até porque a cidade tem boa infraestrutura de transporte.

Passeie pelo Lago de Zurique, com direito a uma parada no Porto – um animado bairro universitário -, a passagem pelas charmosas casas de Zurichberg e visitação à igreja de Fraumünster, onde terá uma explicação detalhada dos famosos vitrais do pintor e vitralista bielorrusso Marc Chagall.

O relógio da Igreja de São Pedro, o maior de toda a Europa, também é referência da cidade, assim como o mundialmente famoso centro comercial e de negócios Bahnhofstrasse.

Feito o city tour pelo centro histórico, saia das vias principais e visite as ruelas que margeiam o centro. Os pequenos comércios são encantadores, instalados em prédios de arquitetura típica.

O passeio continua cruzando o Lago de Zurique de ferry boat até Adliswil, onde se pega o teleférico até Felsenegg, a uma altitude de 800 metros. Lá em cima, hora de parar e contemplar uma vista panorâmica da cidade com os picos dos Alpes ao fundo. (Colaborou Nájia Furlan)

Providencie o equipamento e planeje as rotas

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A Suíça é toda cortada por trilhas. São mais de 62 mil quilômetros de caminhos a serem percorridos a pé – e com excelente sinalização.

Bota e mochila são acessórios indispensáveis durante sua trip por este país cortado por trilhas. O hiking (caminhada fácil, diferente do trekking, que em geral envolve terrenos acidentados) é o esporte mais popular da Suíça, ao lado do ciclismo. Se está pensando em levar o GPS, tudo bem. Mas não precisa.

Os caminhos são muito bem sinaliza,dos e indicam a duração de cada etapa. Essa sinalização unificada foi introduzida há 75 anos, quando foi criada a federação Suisse Rando (ou Schweizer Wanderwege, em alemão), responsável pelo pedestrianismo na Suíça.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as placas amarelas foram recolhidas por ordem do exército suíço e guardadas até o fim do conflito para dificultar o movimento de tropas que eventualmente invadissem o país. E você pode planejar a aventura antes mesmo de sair do Brasil.

Os montanhistas têm na internet o instrumento necessário para montar o roteiro, no site da Switzerland Tourism (wanderland.myswitzerland.com). O portal oferece, por exemplo, um mapa interativo das trilhas, bem como a descrição de 53 rotas regionais e 44 roteiros pagos com duração de uma semana, que custam entre 530 e 1,2 mil francos (equivalente a R$ 964 e R$ 2.184), incluindo pernoite, transporte de bagagem e desconto no transporte público.

A maioria dos montanhistas organiza suas caminhadas sozinho. Em trajetos leves é comum encontrar famílias inteiras, desde avós até os netos. Uma alternativa agradável é também andar em grupos de amigos e pernoitar em cabanas rústicas no alto das montanhas. A recompensa oferecida pela paisagem dos Alpes é garantida.

Conheça alguns roteiros para hiking ma Suíça

Via Alpina (de Vaduz a Montreux)

A Via Alpina cruza 14 dos mais belos desfiladeiros dos Alpes suíços, atravessando seis cantões suíços e suas diversas culturas, geologia e topografia. Esta trilha é conhecida por apresentar uma das mais densas variedades de flora e fauna do mundo.
 
Trilha Panorâmica Alpina (de Bodensee ao Lago de Genebra)

Esta trilha cruza a Suíça de ponta a ponta: começa no Bodensee (fronteira com a Alemanha) e se estende até o Lago de Genebra. Oferece muitos panoramas de picos nevados e leva os montanhistas a explorar a paisagem tradicional da agricultura das planícies alpinas, dominadas pela produção de leite e queijo.
 
Caminho de Santiago (de Rorschach a Genebra)

Parte do Caminho de Santiago que cruza a Suíça. Marcada por igrejas, monastérios e capelas, oferece uma fabulosa experiência de caminhadas através de trilhas históricas e paisagens culturais.

Parada para piquenique em Zurique

© Zürich Tourism/Markus Bühler
Faça um minicruzeiro pelo Lago de Zurique e desembarque em pontos estratégicos, como o animado bairro universitário do Porto.

Se a ideia é aproveitar a primavera ou o verão na Europa para visitar Zurique, a capital cultural da Suíça, você poderá desfrutar da paisagem fazendo um piquenique, com direito a cesta repleta de guloseimas e cupons que dão direito a descontos em passeios.

Trata-se de uma iniciativa das autoridades de turismo locais, implantada mês passado, que pretende promover a cidade e incentivar o turismo em tempos de crise.

A ideia da Zürich Tourism, entidade oficial de turismo de Zurique, em parceria com uma loja de departamentos local, é propiciar que o turista desfrute a cidade visitando as ruas, museus, galerias ou sentando nos parques e praças e deliciando-se com uma cesta de piquenique.

© Zürich Tourism/Manuel Bauer
Igrejas de São Pedro (à frente), com o maior relógio de fachada da Europa, e de Fraumünster (ao fundo), onde há vitrais assinados por Marc Chagall.

Quem chega para visitar a cidade ganha de presente a cesta recheada de comidinhas saborosas e vouchers de descontos. A promoção vai até 31 de outubro. Para ter direito à cesta é preciso reservar pelo menos duas noites em algum hotel participante.

Depois dá para sair pela cidade, aproveitando as guloseimas e os passeios. Um dos cupons que vem dentro da cesta garante 50% de desconto por pessoa no walking tour pelo centro da cidade, – que, aliás, merece mesmo ser explorado a pé.

O outro é um passe 24 horas, o Zürich Card, que dá acesso à rede de transportes (bondes e ônibus) e ainda garante entrada livre nos museus. Além disso, a cesta inclui também um mapa da cidade com sugestões dos melhores locais para um bom piquenique.

Nájia Furlan
No centro histórico, saia das vias principais e percorra as ruazinhas mais escondidas: o comércio é supercharmoso.

O visitante é convidado a desfrutar da vista magnífica do centro histórico da cidade a partir do Lindenhof ou simplesmente relaxar à beira do famoso Lago de Zurique.

A época é também propícia a conhecer a metrópole se você não pretende deixar de lado as raízes latinas durante a trip. De 3 a 5 de julho, Zurique torna-se sede do Festival Tropical Caliente (www.caliente.ch), o maior evento de cultura latino-americana em terras de língua alemã.

O festival inclui shows e gastronomia típica. A central de informações turísticas de Zurique atende pelo número + 41 (0)44 215-4000. Visite também o site www.zuerich.com

Vai pra Zurique? Então não deixe de conhecer

Museu do Relógio

Os relógios suíços são mundialmente conhecidos por sua qualidade e precisão. Então, se você está no país referência deste objeto, não deixe de conhecer o local onde está exposta uma das coleções mais impressionantes de relógios antigos de todo o mundo.

São centenas de peças, que datam desde 1.400 a.C. até os dias de hoje. Durante a visita, você vai reparar que o museu é dividido de acordo com os aspectos técnicos e históricos.

Lá, o visitante conhece um pouco sobre a história destes cobiçados objetos, que impressionam pela técnica como são produzidos e pelo design marcado por cada época.

O museu foi fundado em 1970 por Theodor Beyer, que decidiu expor sua coleção particular ao público. A coleção foi crescendo, crescendo e, hoje, é uma das mais completas do mundo. O museu fica aberto de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h. Está localizado na Bahnhofstrasse 31, no coração de Zurique. Fone: + 41 (0)43 344-6363

Lago de Zurique

Imperdíveis são os pequenos cruzeiros pelo Lago de Zurique, que partem do píer Bürkliplatz. Os barcos são fechados por vidros para proteger do frio e garantir uma visão panorâmica da cidade. O passeio leva em média de uma a duas horas e dá uma ideia geral da cidade.

Museu do Brinquedo

Também fica na Bahnhofstrasse e apresenta uma diversidade imensa de brinquedos. São vários andares, cada um com tipos diferentes, desde os de época até os mais modernos. Um andar inteiro é dedicado ao Lego,

Fábricas de chocolate

São várias espalhadas pela cidade e qualquer pessoa vai saber te indicar uma delas. O interessante é que, nessas pequenas indústrias, você acompanha todo o processo de fabricação do chocolate – e a visita é integralmente acompanhada de um aroma apetitoso.

Curiosidade: o chocolate suíço é tão saboroso devido ao leite utilizado, uma vez que as vacas na Suíça são criadas em locais onde praticamente não há poluição, como os Alpes.

Jugendherberge Zürich

É o único albergue da juventude da cidade que faz parte da rede Hostelling International (HI) e chama a atenção pelo luxo. Fica na Mutschellenstrasse 114. Não é dos mais baratos (as diárias custam em média R$ 75), mas compensa pelo conforto e limpeza, além do café da manhã, que mais se assemelha ao de hotéis requintados.