Uma tecnologia de pavimentação de rodovias que usa borracha proveniente de pneus gastos está sendo usada em estradas do Paraná. De acordo com o engenheiro da Rodonorte Plínio Vivan Filho, essa tecnologia tem a vantagem de, além de permitir a reciclagem da borracha, trazer mais elasticidade e aderência à pista. ?A vida útil das estradas também aumenta. Mas, como é um processo recente, ainda não sabemos a quantidade de tempo a mais que as estradas podem ter?, afirma.
Entre os produtos que constituem normalmente o asfalto, diz Vivan, não se inclui a borracha. Porém, segundo ele, com as técnicas de refino de petróleo mais apuradas, o cimento asfáltico de petróleo vai perdendo muitas das suas características e acaba tendo vida útil menor. ?Para que conseguíssemos um produto ideal, introduzimos grãos de borracha granulametricamente controlados?, explica.
A cada tonelada de asfalto são introduzidos 150 quilos de borracha granulada e triturada, quantidade que representa aproximadamente o reaproveitamento de mil pneus. O processo, que teve como países pioneiros os Estados Unidos e a África do Sul, vem sendo testado há quatro anos pela empresa. Cerca de duzentos quilômetros de asfalto foram restaurados com o novo produto nas BR-277, 376 e PR-90, o que significa a utilização de 200 mil pneus. A concessionária informa que está recuperando outros 173 quilômetros de estrada na BR-376.
Técnica ecológica
A técnica de utilização de borracha no asfalto contribui para a diminuição do problema de destinação do enorme volume de pneus usados. Dados da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos indicam que são produzidos aproximadamente 41,3 milhões de pneus por ano, sendo descartados 30 milhões de unidades por ano.