Esperança contra malária

Com base num remédio tradicional chinês, cientistas criaram uma droga sintética que renova as esperanças na luta contra a malária. Dois bilhões de pessoas vivem em áreas afetadas pela malária, transmitida por mosquito, e um milhão morre por ano vítima da doença. A ameaça vem crescendo à medida que o parasita causador da malária, o plasmódio, desenvolve resistência aos remédios usados para combatê-la. A nova pesquisa está sendo considerada um dos passos mais importantes já dados para contornar esse problema. A nova droga, que recebeu o nome OZ277, toma por base uma substância química encontrada num remédio fitoterápico chinês. O remédio, que atua como um “cavalo de Tróia” para o plasmódio, já passou nos primeiros testes clínicos.

Há muito tempo os cientistas vêm demonstrando interesse pela artemisinina, usada para combater a febre há 1.500 anos. O remédio é tirado da casca da artemísia. Isolado em 1965 por militares chineses, o composto reduziu a taxa de mortalidade em 97% numa epidemia de malária no Vietnã no início dos anos 90.

A OMS e outras agências internacionais de saúde pública acertaram neste ano a compra de 100 milhões de doses. Mas a produção do remédio natural é cara, o composto estraga rapidamente, e seu regime de administração complexo, o que dificulta a adesão dos pacientes. Em um artigo publicado na edição desta semana da revista científica britânica Nature, pesquisadores dos EUA, Grã-Bretanha e Austrália relatam que desenvolveram uma forma sintética do remédio, para oferecer benefícios equivalentes, com preço menor e potência maior. Um pequeno grupo de pacientes já recebeu o remédio na Grã-Bretanha, num teste de segurança. “Testamos diferentes doses e mais de uma dúzia de voluntários saudáveis e os resultados foram encorajadores”, disse uma representante da MMV à revista New Scientist.

Voltar ao topo