Mulheres de Sucesso: Maria, a presidente do Conseg

Saúde e segurança. Estas são as principais ocupações da aposentada Maria Lúcia Gomes atualmente. A idade, ela não revela, mas a disposição é a mesma de uma jovem de 20 anos. Presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Área Central de Curitiba desde quando ele foi criado, em 2008, ela também faz parte dos Conselhos Municipal e Estadual de Saúde e outras entidades. E garante que ainda é pouco.

– Como foi que a senhora se envolveu com o Conseg?

Desde quando era funcionária do Banestado, sempre atuei em várias ações de gestão municipal, estadual e federal. Antes, participava aos domingos, como voluntária. Depois que me aposentei, isso se intensificou. Em 2008, estavam precisando de alguém para criar o Conseg e me chamaram. Como moro na área central há 40 anos, sabia de todas as necessidades da região e decidi participar, sendo eleita depois.

– Como funciona o trabalho do Conseg da Área Central?

Nosso Conseg tem um diferencial, pois a área central é o “calcanhar de aquiles” devido ao seu público flutuante, o que faz com que o trabalho seja bastante complicado. Por isso, optamos por atuar com a inclusão, com parcerias com as instituições, com a polícia. A área central é como um laboratório. Se deu certo aqui, vai dar certo em outros bairros também.

– Quais foram as principais conquistas até agora?

Já fizemos revitalizações em praças e outras atividades. Mas o principal avanço mesmo foi a conscientização da população a respeito da necessidade de fazer BO quando houver alguma ocorrência. Só o fato de as pessoas passarem a fazer mais BOs, isso já fez com que a criminalidade caísse estatisticamente porque, assim, a polícia tem mais condições de fazer operações pontuais nas regiões que mais precisam, com dados do geoprocessamento.

– E quanto tempo essas atividades tomam do seu dia?

Ah, somando todas elas, o voluntariado me toma 30 horas por dia (risos). Tem dias em que participo de cinco reuniões, tomando manhã e tarde. Se o dia tivesse 35 horas, faria voluntariado em todo esse tempo. Mas isso é o mínimo que posso fazer. Eu precisava de mais tempo pra fazer tudo que gostaria. Se eu não fizer minha parte, não posso cobrar de ninguém – e olha que eu cobro bastante dos outros!