Entrevista exclusiva

Com Thiaguinho, pagode que já foi marginalizado é sucesso de bilhões

thiaguinho bs fotografia
Foto: Bs Fotografia / divulgação.

Não há como negar que o pagode mudou, ou melhor, que a visão que se tinha do pagode mudou. O gênero musical super brasileiro surgiu no fundo dos quintais das casas do subúrbio carioca, e muito antes era como se chamavam as festas de escravos nas senzalas e quilombos.

Não como negar que durante anos e anos, aquele pagodinho suave, maroto e sinônimo de festa e alegria foi marginalizado. O gênero que mais poderia expressar o contentamento da chegada do fim de semana para os trabalhadores do Brasil recebia olhares tortos e cara feita da elite. Em 2023, ou bem antes disso, olhar sobre o pagode mudou – é sucesso de bilhões.

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Um jovem garoto, nascido em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, adorava samba e pagode e só queria fazer seu próprio som. Thiago André Barbosa, o Thiaguinho, ganhou popularidade ao participar do programa de TV Fama, em 2002, da Rede Globo. Pouco tempo depois, ao lado de Péricles, fez parte do grupo Exaltasamba – entre 2003 e 2012.

Em carreira solo desde então, Thiaguinho decolou – ou ‘planou’ seu avião. Aos 40 anos, o artista é além de cantor e compositor, apresentador e empresário com boa visão de mercado. Em 2022, Thiaguinho entrou na lista de empresários bilionários na Forbes, ultrapassando o apresentador Silvio Santos no ranking de pessoas mais ricas do país.

Dono da sua própria gravadora, Thiaguinho coleciona hits que estão entre os mais tocados nos últimos anos: “Falta Você”, “Ponto Fraco”, “Dividido”, “A Fila Anda”, “Saideira” e “Buquê de Flores” são algumas entre as mais populares. Neste sábado (29), o cantor se apresenta em Curitiba com seu show Tardezinha – ele comemora 20 anos de carreira.

A Tribuna do Paraná teve a oportunidade de conversar com o artista, mesmo durante a loucura da turnê. São poucos que têm peso suficiente para lotar e esgotar 20 mil ingressos da Pedreira em apenas 48 horas. Thiaguinho é samba, é pagode e é cultura brasileira da melhor qualidade. Confira o bate-papo, a seguir:

De acordo com o Ecad, você tem 300 obras registradas, muitas delas são hits que não saem das rádios e batem números super altos no streaming. Você acha que o sucesso na música precisa, antes de tudo, de uma boa visão de mercado? Como você enxerga isso? O que faz você acreditar que uma música será sucesso na certa?

Thiaguinho: Acho que é importante ter uma visão de mercado, mas não é tudo. Quando comecei a minha carreira, eu só queria fazer o meu som, isso era tudo que mais me importava. Hoje ainda é assim, mas como já tenho anos e anos de estrada, também existe um olhar estratégico por trás também.

Aqui em Curitiba, os ingressos do seu show “Tardezinha” se esgotaram em apenas 48 horas. Foram 20 mil pessoas que não perderam tempo e já adquiriram o ingresso para o show. Embora Curitiba seja conhecida por ter um público do rock ‘n roll e metal, temos muitos fãs de pagode atualmente. É algo que vem mudando constantemente. Como você vê a evolução do gênero pelo país? O pagode já foi parar até na Coreia!

Thiaguinho: Cara, é lindo demais ver isso, né? Fico até emocionado de saber que contribuí pelo menos um pouquinho para história desse ritmo tão brasileiro e tão nosso, que já foi marginalizado um dia. Hoje o pagode e o samba vivem uma outra fase, mas sem perder as suas raízes. Saber que o pagode está chegando em lugares que antes não chegava é incrível, e estamos vendo muito isso nos números de ingressos vendidos para a Tardezinha, inclusive fora do país. Sou muito grato!

Quem te inspirou a fazer pagode no passado e quem você vê que traz novidade e tem muito potencial ainda na área do pagode no Brasil? Fazer pagode hoje está sendo mais fácil que 20 anos atrás?

Thiaguinho: Acho que não diria mais fácil, agora os desafios são outros. No começo da carreira tudo é novo, você ainda está aprendendo e descobrindo como as coisas funcionam. Com o tempo, você vai pegando mais experiência, mas sempre pode aprender algo novo. É importante saber ouvir quem está na estrada do seu lado há anos e também que está começando agora. O Alexandre Pires é uma grande inspiração na minha carreira, assim como o meu parceiro Péricles. E acho que atualmente temos aí toda uma geração incrível de novos nomes do pagode, muita gente chegando pra somar na cena.

Queremos detalhes sobre o show Tardezinha. O que o público curitibano pode esperar da apresentação?

Thiaguinho: Sempre preparamos um repertório especial para cada cidade que passamos com a Tardezinha. As músicas são escolhidas de acordo com os convidados de cada show, então está sendo muito divertido pensar nessa parte. O público curitibano pode esperar um show grandioso, daquele jeito bem Tardezinha, e uma vibe surreal ao som dos melhores pagodes dos últimos 20 anos. Estou muito animado!

Serviço

Tardezinha em Curitiba

Data: 29 de abril de 2023 (sábado)
Local: Pedreira Paulo Leminski (Rua João Gava, 970 – Abranches)
Horários: abertura dos portões às 14h e show às 17h
Ingressos: esgotados
Classificação: 18 anos
Realização: CWB Brasil

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