Para muitas pessoas, os principais diagnósticos do câncer acontecem em idades mais avançadas, porém essa é uma realidade que não existe, já que vários tumores se desenvolvem em idades mais novas. O câncer de testículos é uma dessas neoplasias que atingem pessoas jovens. Nesse caso, esse tipo de tumor aparece geralmente entre 15 e 35 anos.
Para reforçar a importância da prevenção contra o câncer de testículo foi criada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) a campanha Abril Lilás, cujo objetivo é promover a conscientização dos homens sobre essa neoplasia. O urologista oncológico Antônio Brunetto Neto, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, enfatiza que mesmo com os tabus que os homens criam em relação ao cuidar da saúde, principalmente em questões urológicas, é importante que iniciem o autocuidado, pois essa ação pode resultar no diagnóstico precoce.
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“Os órgãos reprodutores masculinos são afetados pelo câncer de testículo. Essa região é responsável pela produção de espermatozoides e pela secreção de hormônios masculinos. Por essa razão, é necessário ficar atento aos sinais iniciais que, muitas vezes, pode ser um simples nódulo ou inchaço indolor na área. Em outros casos, o homem pode sentir uma sensação de peso ou dor no escroto, além de dores no testículo ou na região inferior do abdômen”, explica Dr. Brunetto.
Quando o homem perceber algo diferente, deve procurar um especialista, mesmo que nem todos os nódulos nos testículos sejam um sinal de câncer. Assim como qualquer tipo de neoplasia, quando diagnosticado antes, melhores as chances de cura e menos invasivos são os tratamentos. Segundo Dr. Antonio Brunetto Neto, o diagnóstico do câncer de testículo é consideravelmente fácil, já que no autoexame é possível verificar alguma alteração no órgão (que é externo e totalmente palpável). “É indicado que o autoexame seja feito em pé durante o banho, com água morna, que faz a bolsa escrotal relaxar. Basta apalpar os testículos e comparar um lado e outro para verificar se há algo diferente e se existe algum nódulo endurecido, dor na virilha, no escroto ou no abdômen.”
O câncer de testículo apresenta índices de cura de 90% a 95%, quando diagnosticado inicialmente e a doença se localiza dentro do testículo, sem que desenvolva metástase. O tratamento para o câncer de testículo pode variar dependendo do estágio da doença, sendo que os principais métodos são a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. “Normalmente, a cirurgia é o primeiro passo para realizar a orquiectomia, quando o testículo afetado é removido parcial ou totalmente. Às vezes, dependendo do estágio da doença, é necessário remover também os gânglios linfáticos ao redor da região para prevenir a propagação do câncer. A quimioterapia pode ser utilizada de forma adjuvante, ou seja, após a cirurgia, para eliminar as células cancerígenas restantes, e a radioterapia pode ser usada como alternativa em casos iniciais.”
Vale lembrar que o tratamento é individualizado, verificando as questões de saúde geral do indivíduo, fase em que o câncer foi diagnosticado e tamanho. “Os homens precisam deixar os tabus de lado quanto à saúde, pois, assim como o câncer de testículo que tem altas chances de cura, outras doenças também podem ser evitadas ou tratadas em estágio inicial buscando a ajuda de um especialista assim que os sintomas começarem”, ressalta Antônio Brunetto Neto.