Higiene e saúde

Alimentos estragam mais rápido no verão? Veja como fazê-los durar mais

Foto: Pixabay.

A chegada do verão pode mudar muitos hábitos da rotina, inclusive na hora da alimentação. Nos dias que fazem mais calor, a tendência é que os alimentos expostos às temperaturas mais altas estraguem rapidamente e se tornem impróprios para consumo.

Para dar dicas de como armazenar os alimentos e garantir segurança na alimentação, a Tribuna do Paraná conversou com a nutricionista e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Angélica Aparecida Mauricio.

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Angélica diz que o calor impacta os alimentos de diferentes maneiras. No caso das frutas, o processo e amadurecimento é mais rápido; as hortaliças são desidratadas, por isso algumas folhas apresentam aspecto queimado; e as refeições preparadas também podem ser danificadas.

A nutricionista explica que quando se fala de alimentos estragados, dois tipos de bactérias podem estar envolvidas: deteriorantes e patogênicas. As bactérias deteriorantes são aquelas que mudam o odor, a aparência e o sabor dos alimentos. Por exemplo, é fácil saber quando um feijão está estragado pelo cheiro e característica. “As vezes ela nem faz mal, mas a gente não come porque são características indesejadas de cor, odor e sabor”.

Já o segundo tipo de bactéria, apesar de estar presente em todas as estações, apresenta maior risco para a saúde no calor pela rapidez de proliferação. “As bactérias que chamamos de patogênicas não dão nenhum tipo de alerta que estão presentes naquele alimento. Então elas são muito mais perigosas, por isso precisamos tomar todo o cuidado para não expor o alimento ao risco dele vir a se contaminar. No calor esse processo é acelerado. Vamos supor, já pode estar contaminado, mas o calor acelera a contaminação”, afirma a especialista.

Por isso, algumas dicas simples podem ajudar na conservação dos alimentos durante o verão, além de auxiliarem na prevenção de eventuais contaminações. Confira a seguir:

Sem deixar o prato feito! Cuidados com armazenamento das refeições preparadas

Quem nunca chegou mais tarde para o almoço ou para a janta e escutou a mãe falar que deixaria o prato feito e guardado em cima do fogão ou no microondas? Esse é um hábito comum, mas que pode ser bastante nocivo.

“Nunca (deve ser feito). A pessoa vai chegar, fazer o pratinho e esquentar. Não tem esse negócio da mãe deixar o pratinho feito porque pode comprometer o alimento. Talvez não estrague deixar arroz e feijão mais que duas horas em temperatura ambiente, mas pode ter uma bactéria patogênica que vai fazer mal para a pessoa”, afirma Angélica.

A carne também é outro alimento que precisa de atenção. De acordo com a nutricionista, o produto estraga muito rápido, principalmente quando está exposto ao calor.

“Uma carne estragada pela bactéria de deterioração apresenta cor e odor diferentes. O nosso próprio nariz indica onde está o erro. O aspecto visual também: o feijão forma uma espuma, o arroz fica como se fosse uma redinha, tipo uma teia de aranha e a carne fica meio esponjosa, com cor diferente, mais amarronzada. Eu diria que nosso sensor de identificação é o nariz”, completa a especialista.

Dicas para armazenar alimentos preparados:

  • Alimentos prontos devem ser refrigerados no máximo uma hora depois de serem produzidos;
  • Evitar descongelar e congelar a carne novamente;
  • Confiar nos sentidos: odor e visão indicam quando um alimento está deteriorado.

Frutas amadurecem mais rápido no calor

Como o calor acelera o amadurecimento das frutas, a professora aconselha a comprar alimentos mais verdes. Ela explica que não é necessário guardar todas as frutas na geladeira. Limão, laranja, abacaxi, banana e maçã, por exemplo, podem ser armazenados na fruteira. Já morango e uva são mais sensíveis e, nesse caso, é recomendada a refrigeração.

“Frutas estragam muito rápido, então a indicação é sempre um bom planejamento para comprar essencialmente o que será consumido. Porque se compra muita fruta, elas vão amadurecer todas de uma vez e muito rápido, principalmente no calor”, reforça a profissional.

No que diz respeito a esse tipo de alimento, Angélica acrescenta que um ponto que precisa de atenção é o gás etileno, encontrado principalmente na banana. “Não é nenhum gás preocupante. Ele é característica da fruta e auxilia no processo de amadurecimento. Quando eu tenho outras frutas na mesma fruteira, o processo de amadurecimento das outras também é acelerado. Por isso que a gente sempre recomenda comprar uma fruta mais verde para dar tempo delas amadurecerem em tempos diferentes e o consumo não ser desperdiçado”, ressalta a nutricionista.

Cuidados com frutas no verão:

  • Comprar frutas mais verdes;
  • Saber armazenar esses produtos. Por exemplo: banana, maçã, laranja e abacaxi não são frutas que precisam de refrigeração. Já morango e uva são mais sensíveis e devem ser colocadas na geladeira;
  • Cuidados com frutas na fruteira: uma pode ajudar a amadurecer mais rápido a outra, por conta da produção do gás etileno. Portanto, se não quer que os alimentos amadureçam todos juntos, separe as frutas.

Não guarde hortaliças molhadas na geladeira

Segundo a professora, as hortaliças também estragam mais rápido no calor. Angélica orienta que, principalmente as folhas, fiquem refrigeradas para prolongar a conservação do alimento. Entretanto, elas nunca devem ser guardadas molhadas.

“A presença da água vai ajudar na deterioração mais rápida das hortaliças. A recomendação é sempre comprar, higienizar, secar com papel e guardar em recipiente com tampa. Também pode colocar uma camada de papel para tirar a umidade”.

Também há alguns alimentos que não precisam de refrigeração, como cebola, batata-inglesa e tomate.

Cuidados com hortaliças no calor:

  • Folhas sempre lavadas, secadas e armazenadas em potes fechados. Dessa forma, duram tranquilamente por cerca de uma semana;
  • Tomates verdes podem ficar fora da geladeira;
  • Assim como algumas frutas, não é indicado que a batata-inglesa e a cebola fiquem juntas, pois uma acelera o processo da outra.

Cuidados gerais com os alimentos no calor

Além das dicas específicas para diferentes tipos de alimentos, Angélica também reforça algumas dicas gerais.

  • Planejar o que vai comprar. “O desperdício de alimento nas casas é extremamente alto porque existe mau planejamento, ou seja, as pessoas compram mais do que conseguem comer”;
  • Tentar cozinhar a quantidade que será consumida para evitar desperdícios;
  • Planejar as refeições da semana economiza tempo e evita que alimentos sejam descartados.

Riscos de comer alimentos estragados

Angélica conta que os problemas de saúde variam conforme a bactéria. Caso a pessoa coma um alimento estragado por bactéria deteriorante é possível ter enjoo e um rápido episódio de diarreia. Também há casos em que nada acontece.

Já quando se trata de um alimento contaminado por bactéria patogênica, que não apresenta nenhuma alteração visual e olfativa na comida, as consequências podem ser mais graves.

“Comidas prontas fora da refrigeração são os casos que mais causam infecções alimentares”, alerta a nutricionista.

A pessoa pode ter gastroenterite, febre e dor de cabeça. Alguns casos chegam a hospitalizações.

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