De nada serviram os conselhos que Joelcion Kutianski, 31 anos, recebia dos pais. Há anos imerso no mundo das drogas, o rapaz ignorava a tentativa de ajuda dos familiares e foi assassinado, provavelmente por traficante, no início da manhã de ontem, em São José dos Pinhais.
Ele levou três tiros pelas costas, quando caminhava pela Rua Antônio Oriley Bastos, próximo à esquina com a Avenida Hipólito Ferreira de Melo, Jardim Jurema, bairro Rio Pequeno.
Embora o crime tenha ocorrido por volta das 9h, no meio da rua, moradores e comerciantes disseram à polícia que não viram quem efetuou os disparos. “Apesar do horário, ninguém quis falar nada”, lamentou o soldado Machado, do 17.º Batalhão da Polícia Militar. A violência no Jardim Jurema tem causado bastante preocupação à população local e o medo de represálias impede que testemunhas colaborem com a polícia.
Um homem, que mora próximo de onde ocorreu o crime, contou que tiros são ouvidos todos os dias e é comum pessoas andarem armadas pelas ruas. A região ganhou até um apelido, nada honroso: “Rio da Bala”. “Os traficantes dominaram a região e não há policiamento”, reclamou o morador, sem se identificar.
Emprego
Na manhã de ontem, Joelcion saiu de casa para procurar serviço e foi surpreendido pelo matador. De acordo com a perita Jussara, do Instituto de Criminalística, o rapaz estava caminhando quando foi baleado.
“Todos os tiros foram por trás. Um acertou as costas e dois, a cabeça”, informou a perita. Jussara surpreendeu-se com o poder de fogo do atirador. “Encontramos cápsulas de pistola ponto 40, arma exclusiva das forças policiais”, disse. Joelcion morreu na hora.
Minutos depois, os pais da vítima apareceram. Parados a poucos metros do filho, lamentaram a morte, mas não se mostraram surpresos. “A gente já sabia que isso ia acontecer”, afirmou o pai.
Há bastante tempo envolvido com as drogas, Joelcion já não parava mais em casa. “Não faltaram conselhos, mas ele não nos ouvia”, lamentou a mãe. O crime será investigado pela delegacia de São José dos Pinhais.