Tristeza toma conta de Fazenda Rio Grande

Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, completou 17 anos ontem sem muita coisa para comemorar. No dia do aniversário da cidade, muitos moradores aproveitaram o feriado para ir até o cemitério municipal, onde foi enterrado o corpo do motorista de ônibus Ricardo Germano Opaloski, 40 anos, assassinado na quarta-feira durante um assalto ao veículo em que ele trabalhava. Em virtude do assassinato, todas as festividades foram suspensas pela Prefeitura.

?Vim até o cemitério para relembrar a morte de Ricardo e também de meu genro, que foi assassinado em abril do ano passado. Meu neto, de dois anos e três meses, ficou órfão porque mataram o pai dele para roubar um par de tênis?, disse a dona de casa Sueli Camargo.

Ao pedir mais segurança e justiça pela morte de Ricardo, a doméstica Maria do Carmo Gomes era outra que relembrava uma história pessoal. Em agosto de 2004, ela teve o sobrinho assassinado. ?Ele foi vítima de um seqüestro relâmpago. Até hoje o caso não foi solucionado e eu já não tenho mais esperanças de que isto aconteça?, afirmou. Maria do Carmo colocou sua residência à venda. Ela não vê a hora de deixar o município, mas não encontra quem queira comprar seu imóvel.

A confeiteira Lucy Tonczak, grávida de cinco meses, vive no município há dez anos e diz temer pelo futuro do filho que está para nascer. Ela conta que, ao contrário de Maria do Carmo, não pretende se mudar, mas sim lutar para que Fazenda Rio Grande se torne um lugar melhor. ?O medo que sinto me incentiva a exigir das autoridades maior segurança?, declarou.

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