Trinta presos trabalharão nas ruas de Piraquara

Trinta presos da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara -Região Metropolitana de Curitiba -, colocam em prática, a partir de amanhã, uma obrigação diferente da pena que cumprem no presídio: a de ressocialização por meio do trabalho. Através de um convênio entre a Prefeitura da cidade e a Colônia Penal, os detentos farão desde limpeza e manutenção das ruas até serviços de roçada e podas em áreas do município.

A idéia é prepará-los para a volta ao convívio social, para quando terminarem de cumprir a pena, e promover o exercício da cidadania. Os trinta nomes foram selecionados por uma comissão multidisciplinar. ?Colocá-los para interagir novamente com a sociedade promoverá a sensação de igualdade com outros cidadãos?, acredita o diretor da Colônia Penal Agrícola, Lauro Valeixo. Os presos escolhidos cumprem pena em regime semi-aberto.

Para o prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, o trabalho nas ruas da cidade tende a ?acabar com o estigma criado em torno do ex-detento?. ?Se a sociedade o segrega, ele pode voltar ao crime?, diz, lembrando que a idéia leva o incentivo do governo do Estado e reflete uma tendência que deve ser seguida em todo o Paraná. ?O mesmo já vem acontecendo em Pinhais?, lembra o prefeito, citando a cidade vizinha.

Os dois lados tiram vantagens do projeto. A cada três dias de trabalho, os detentos eliminam um na pena; e a Prefeitura economiza em mão-de-obra. ?Evitamos gastos com abertura de concorrência e contratação de empresa terceirizada para fazer os serviços?, acrescenta o prefeito.

Porém, segundo ele, a principal vantagem do trabalho nas ruas é promover a integração, ?até porque o presídio está aqui desde 1941 e nunca trouxe problemas à cidade, além de empregar muita gente de Piraquara. É preciso lembrar que muitos dos presos que estão aqui hoje voltarão em breve para os municípios de origem. Precisam se acostumar novamente ao convívio social?, conclui.

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