Morte sem purpurina

Travesti é encontrado morto e com rosto desfigurado

Um travesti foi amarrado, amordaçado e assassinado, no apartamento onde morava de aluguel, na Rua 13 de Maio, no Centro. Ele não era visto por vizinhos desde quinta-feira, mas os moradores decidiram chamar a Polícia Militar quando desconfiaram do mau cheiro que vinha do quarto andar. O corpo de Edmilson Pedro dos Santos, conhecido como Mônica, de aproximadamente 35 anos, foi encontrado pouco antes das 9h de ontem, no chão da sala, em decomposição.

Assim que a equipe policial chegou ao local, constatou que o travesti estava com o rosto desfigurado. A vítima foi presa a uma cadeira, amordaçada, e estava com as mãos e os pés amarrados com um lençol. “Provavelmente ele foi torturado, mas, pelo estado do corpo, vai ser difícil confirmar essa suspeita”, declarou o delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Homicídios. A causa da morte só será apurada pela necropsia, no Instituto Médico-Legal.

Imagens

As imagens do circuito de segurança do prédio, de quinta-feira até ontem, serão entregues para a DH, que investiga o caso. Ninguém ouviu gritos, confusão ou pedidos de socorro na última semana. A principal hipótese para o crime é latrocínio (roubo com morte), mas a polícia preferiu não revelar o que teria sido roubado, para não atrapalhar as investigações.

Vizinhos relataram que Edmilson morava no apartamento há três anos e era tranquilo. Entretanto, depois que descobriram que ele se prostituía e recebia clientes no prédio, os moradores tentaram encontrar uma maneira de retirá-lo legalmente de lá, mas não conseguiram.

Onda

Entre 2009 e o início de 2011, travestis foram assassinados em Curitiba, causando pânico entre os que se prostituíam. Na época, Hirosshe de Assis Eda, o “Japonês”, 34 anos, era investigado por pelo menos sete homicídios, mas foi morto em um apartamento no Centro antes da conclusão dos inquéritos. Segundo a polícia, os crimes estavam relacionados ao tráfico de drogas.