Tiros em bar matam agente penitenciário

Uma nota fiscal teria sido o motivo da morte do agente penitenciário Luiz Cláudio Rodrigues, 34 anos, assassinado com um tiro na cabeça, às 4h10 de ontem. O crime aconteceu no bar da esposa de Luiz, na esquina das ruas Tirol e Camburiú, na Vila Santiago, em Piraquara.

Segundo informações de testemunhas, obtidas pela Polícia Civil da cidade, a confusão começou quando quatro rapazes, no momento de pagar a conta, solicitaram nota fiscal. A dona do bar disse que não poderia atender o pedido. Os homens se revoltaram e, em pouco tempo, a briga se generalizou com outros freqüentadores do estabelecimento.

A confusão foi para a rua. Comentou-se que um carro preto passou pela rua e seus ocupantes atiraram. Luiz morreu na hora e dois clientes do bar foram baleados e levados por policiais militares, que atenderam a ocorrência, para o hospital. "Já temos algumas informações, vamos continuar investigando e logo teremos novidades sobre esse caso", comentou o superintendente Ilson Fernandes.

PCC

O motivo do crime teria sido um mero desentendimento, porém, o fato de Luiz ser agente penitenciário levanta outra suspeita. Nos últimos meses, outro agente e o filho de um deles foi assassinado e acredita-se que membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) estariam por trás das mortes.

O estudante Miguel Baron Neto, 15, filho de um agente penitenciário de Piraquara, foi executado a tiros dentro de sua casa, no Bairro Alto, dia 7 de abril. O estudante teria sido morto por engano, pois o real alvo seria seu pai. Ao lado do corpo, os bandidos deixaram uma faixa branca, escrita em vermelho: "abaixo a opressão". Exatamente um mês antes desse assassinato, em 7 de março, o agente penitenciário Carlos Alberto de Castro, 48, foi morto a tiros dentro de seu bar, em Pinhais. Outros agentes penitenciários também já foram "presenteados" com bombas, entre outras ameaças, nos últimos meses. As mortes foram o estopim para a tomada de cuidados especiais. Alguns agentes mudaram de carros, outros, trocaram de endereço.

Uma suposta lista, feita pelo PCC, com pessoas que estariam condenadas à morte, incluiria nomes de agentes penitenciários. Para evitar pânico, diretores de unidades prisionais negam a informação, dizendo que não receberam nenhuma ameaça. Porém não desmentiram a existência da relação. A presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Sandra Márcia Duarte assegura que as ameaças existem. (MB e PC)

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