Termina curso de defesa pessoal para juízes

Terminou ontem, com aulas de noções básicas de tiro, um curso de autodefesa voltado a magistrados. O treinamento foi ministrado pela Polícia Militar do Paraná, a pedido do Tribunal de Justiça. Durante cinco dias, na Academia Policial Militar do Guatupê, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, juizes, promotores e oficiais de Justiça receberam instruções sobre contra-sabotagem, conduta contra atentados e direção técnica evasiva e ofensiva.

A violência contra os juízes chegou ao conhecimento do grande público há poucos tempo, quando os juízes Antônio José Machado, de Presidente Prudente (SP), e Alexandre Martins de Castro, de Vitória (ES), foram assassinados.

Precaução

“Depois do que aconteceu, a maioria dos profissionais ficou agitada e bastante preocupada. Todos estão buscando formas de melhor se proteger de possíveis atentados”, comenta a juíza da 8.ª Vara Criminal de Curitiba, Maria Merci Gomes Aniceto.

Há cerca de 20 anos, quando estava em início de carreira e atuava no município de Rolândia, no Norte do Paraná, Merci recebeu ameaças de morte. Na época, não deu muita credibilidade ao fato. “Lembro que, naquela época, não dei muita importância ao que aconteceu. Se o mesmo ocorresse hoje, ficaria bem mais preocupada. Os bandidos estão muito mais equipados e organizados do que antigamente”.

O juiz de direito da 10.ª Vara Criminal de Curitiba, Dartagnan Serpa Sá, nunca recebeu ameaças contra a própria vida. Porém, no final do ano passado, encontrou uma bomba em um dos andares do prédio onde trabalha. “Hoje, com as informações que recebi durante o treinamento, acho que estaria mais preparado para agir de forma correta se a situação viesse a se repetir”, diz.

Segundo o presidente do Tribunal de Justiça, Oto Luiz Sponholz, o curso de autodefesa é a primeira medida prática para garantir a integridade de promotores e juizes. Estão sendo estudadas a colocação de identificadores de chamadas em telefones de fóruns e varas criminais, portas detectoras de metais e a instalação de um número especial de emergência que ligue os profissionais da magistratura diretamente com a polícia.

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