Quinze dias depois de ter recebido habeas corpus, Paulo César dos Santos Barbosa, 41 anos – preso em fevereiro, na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, suspeito de estelionato – contou sua versão e se disse vítima de um erro da polícia.
Ele e mais quatro pessoas foram presas em 17 de fevereiro. A polícia apresentou várias carteiras de identidade, contracheques, cartões de bancos e cheques, com nomes diferentes, além de carnês e boletos utilizados para enganar bancos e financeiras, como se tivesse sido encontrado na casa dos suspeitos.
?Não sei onde eles encontraram os documentos. Conhecia os outros presos somente de vista, nunca tive relacionamento com nenhum deles e fui indiciado por formação de quadrilha?, contou.
Filhos
Naquele dia, um domingo, Paulo estava em sua casa no Jardim Paloma, com seus quatro filhos. A esposa tinha ido trabalhar, em um mercado na região. Segundo ele, sem nenhum mandado de busca ou de prisão, os policiais invadiram sua casa e o levaram para a delegacia. ?Foi humilhante ver meus filhos chorando, e eu preso sem dever nada?, disse.
Paulo disse que há seis anos teve uma passagem na polícia por estelionato e isso marcou a sua vida. ?Acho que eles descobriram um golpe e como eu tive problemas há um tempo, me associaram com os bandidos. Quero pagar pelo que devo, mas não posso pagar pelo que não fiz.?
Nos três meses em que ficou preso, a família de Paulo passou por necessidades, conforme contou. ?Eles foram humilhados na rua, no trabalho e na escola. Vou provar minha inocência e depois correr atrás dos meus direitos?. Segundo relatou, seus documentos ficaram anexados ao processo e ele não consegue arrumar emprego.