Ouvir o que se passa na freqüência de rádio da polícia levou três pessoas à prisão, na tarde de quinta-feira. Arão Subtil de Oliveira, 43 anos, Luiz Carlos de Lima Bueno, 40, e Rogério Aparecido de Souza, 24, foram pegos com farta aparelhagem de radioamador, munições e duas armas. A maior parte do equipamento estava na casa de Rogério, na Rua Laura Nunes Fernandes, 41, no Jardim Independência, em São José dos Pinhais. Policiais militares desconfiam que eles repassavam informações a pessoas com intenções suspeitas. As freqüências que eles monitoravam eram da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e ao Batalhão de Polícia de Choque, da Polícia Militar.
De acordo com o cabo Araújo, da Companhia de Choque, eles realizavam patrulhamento pelo Jardim Cristal, em São José dos Pinhais, quando avistaram Luiz Carlos e Arão a bordo do Vectra placas AHO-1139 (Colombo), em atitude suspeita. Na abordagem, encontraram uma pistola 765 e três munições de revólver calibre 38. Na casa de Arão, os policiais acharam uma carabina e alguns rádios transmissores. Ao ser questionado sobre o equipamento e a arma, Arão contou que comprou a carabina de Rogério. Já na casa deste último, em São José dos Pinhais, a polícia recolheu vasta parafernália de rádio. Ao todo foram apreendidos um computador; uma carabina calibre 32; uma pistola 765; farta munição para pistola 380, revólveres calibres 38 e 32; nove rádios transmissores portáteis; dois radiostransmissores de mesa e antenas.
Escuta
Segundo o delegado Miguel Stadler, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), há relatos de pessoas interferindo na comunicação policial via rádio, passando-se por policiais e passando informações erradas para confundir a polícia. ?Mais grave que isso, é a possibilidade de eles estarem repassando as ações e localização dos policiais durante operações a outras pessoas?, disse o delegado.
Nenhum dos três detidos possuía licença das agências de comunicação nacionais para utilizar equipamentos de rádio. Segundo Stadler, os três vão ser autuados por porte ilegal de arma, violação de comunicação de rádio restrita, e utilização do sistema de comunicação de forma indevida. Arão já tem antecedente criminal por roubo de carros e é foragido de São Paulo, que expediu um mandado de prisão.
Interferência
O delegado Rubens Recalcatti, da DFR, contou que já foi alvo de pessoas atrapalhando a comunicação via rádio, principalmente durante operações desenvolvidas na madrugada, para pegar arrombadores de caixas eletrônicos e outros ladrões interessados em bancos.