O secretário municipal de Segurança de Paranaguá, sargento aposentado da Polícia Militar Álvaro Domingues Neto, e quatro guardas municipais foram presos, ontem, acusados de tortura e constrangimento ilegal de mendigos da cidade. Até o início da noite de ontem as polícias Civil e Militar já haviam cumprido quatro dos sete mandados expedidos pelo Juizado Especial Cível e Criminal do município. Os nomes dos guardas municipais não foram revelados.
O pedido de prisão foi baseado em denúncia do Ministério Público de Paranaguá, que iniciou uma investigação sobre o desaparecimento de mendigos que teriam sido trazidos até Curitiba e ameaçados para que não retornassem ao litoral.
O MP soube do caso através de uma pessoa, que tinha contato com os mendigos e percebeu o desaparecimento do moradores de rua.
Há ainda a suspeita de que alguns possam ter sido assassinados, pois continuam desaparecidos.
?Na época em que os primeiros casos aconteceram, Neto era diretor da Guarda Municipal?, conta o delegado Valmir Sócio, responsável pelo inquérito policial.
Sócio diz que, depois de presos, os guardas municipais alegaram que os mendigos pediam para ser trazidos a Curitiba. Já segundo a denúncia do MP, os mendigos disseram que eram trazidos à capital com a promessa de que seriam deixados em abrigos, o que não acontecia. Alguns eram deixados ainda na BR-277.
Neto está preso no 9.º Batalhão da PM, em Paranaguá. Provisoriamente, informou Sócio, os guardas municipais ficarão detidos na Delegacia de Polícia Civil.