Rebelião na Cadeia Pública de Maringá

Um detento da Cadeia Pública de Maringá, região Noroeste do Paraná, aproveitou-se da missa de Natal, realizada no pátio do presídio, para tentar fugir e acabou deflagrando uma rebelião, na manhã de ontem. A movimentação dos presidiários durou pouco mais de três horas, mas ninguém se feriu.

Segundo informações da Polícia Civil, o detento pulou o muro de oito metros, que tem ainda três metros de arame farpado. Porém, quando ele encostou na cerca elétrica, o alarme foi acionado e o policial de plantão deu um tiro de alerta, chamando reforço dos companheiros. Depois de detido, o presidiário foi levado para a cela e os companheiros se rebelaram, supondo que ele estivesse sendo agredido e sofrendo maus-tratos pela tentativa de fuga.

Revoltados, os presidiários tomaram os dois padres, um irmão marista e o diácono, que rezavam a missa, como reféns e exigiram que o preso fugitivo fosse apresentado, o que foi feito de imediato.

Aproveitando-se da movimentação, os presos exigiram a presença de representantes do Ministério Público (MP) no local para reinvidicar agilidade no processo de transferência de comarcas, já que muitos estão detidos longe da cidade de origem. Outra reclamação resultante no pedido de transferência é a superlotação do presídio. São 400 presos numa cadeia com capacidade para 150. Os presidiários também pediram maior flexibilidade no horário de visitas. Os promotores fizeram alguns acertos, depois de mais de duas horas de negociações, e ontem mesmo foram autorizadas as transferências de 50 presos para a Penitenciária Estadual de Piraquara. Com a conclusão de um novo presídio na região Noroeste do Estado, prevista para julho do ano que vem, serão 960 vagas, facilitando o processo de transferência acordado na rebelião de ontem.

Durante a movimentação, alguns presidiários atearam fogo próximo às celas, o que ocasionou um blecaute dentro do presídio. Desse modo, mesmo com o final da rebelião, eles tiveram que ficar esperando o restabelecimento do sistema elétrico para voltarem às celas.

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