Rapaz tenta matar mãe e padrasto na Vila Tarumã

Depois de consumir drogas e bebidas alcoólicas durante toda a quarta-feira, em companhia de um tio e de algumas garotas de programa, Agostino Silvério Neto, 23 anos, funcionário comissionado do Tribunal de Justiça do Amapá – filho do desembargador Agostino Silvério Júnior, presidente do mesmo tribunal – tentou matar a mãe e o padrasto – Mônica Resente, 45, e Misceslau Ostacheveski, 71 – a golpes de faca, para roubar dinheiro do casal.

O crime aconteceu na Rua Mateus Pereira Carvalho, na Vila Tarumã, em Pinhais, por volta das 19h de quarta-feira. O suspeito, que foi autuado em flagrante na delegacia do município, contou com a ajuda de dois comparsas ainda não identificados.

Neto, apesar de ser funcionário público no Amapá, com salário de R$ 6 mil, morava em Novo Hamburgo (RS), e estava em Curitiba há alguns dias. Pretendia conseguir dinheiro da mãe para gastar em drogas. Ela, que tem esclerose múltipla e vive numa cadeira de rodas, chegou a ir para o litoral, para escapar dos achaques do filho.

Assalto

Anteontem, depois da tarde de orgia, ele deixou um bilhete para o tio, avisando que havia saído para ir buscar dinheiro. Pelo que foi apurado, Neto planejou o assalto à casa da mãe e sua intenção seria matar o padrasto. Ao invadir a residência, pulando o muro, encontrou o casal em casa. Houve troca de ofensas e os dois cúmplices de Neto atacaram Misceslau e Mônica.

Misceslau, funcionário aposentado do Banco do Brasil, levou vários golpes de faca no pescoço e nas costas. Mônica, também aposentada, foi ferida no rosto e no peito.

Com as vítimas se esvaindo em sangue, Neto revirou a casa e apoderou-se de R$ 300 que estavam na bolsa da mãe e mais R$ 100, do bolso do padrasto. Depois, fugiu com os comparsas.

Socorro

A mãe de Mônica, que também recebia telefonemas de Neto, que queria extorqui-la, encontrou o casal em uma poça de sangue. O Siate levou os dois ao Hospital Cajuru. Misceslau e Mônica estão na Unidade de Terapia Intensiva, ele em coma induzido.

Ontem à noite, no hospital, Ricardo Becker Ostacheveski, auditor da Receita Federal do Rio Grande do Sul, filho de Misceslau, estava revoltado. Contou que Neto nunca trabalhou, mesmo tendo um cargo público no Amapá, e que vivia no mundo das drogas, aterrorizando a família.

Neto foi preso por policiais militares, que fizeram buscas na região, após a denúncia do crime. Há informações que seu pai está mandando uma “força-tarefa” de advogados, para tentar soltá-lo e que até teria contado com a influência do governador daquele Estado.