Rapaz morto com cinco tiros na invasão Icaraí

Um homem de aproximadamente 30 anos, sem nenhum documento e identificado por populares apenas como Fabiano, foi morto com cinco tiros, na esquina das ruas Berlim e Formosa do Oeste, bem próximo à linha férrea, na invasão Icaraí, no Uberaba.

O crime aconteceu por volta de 18h45 de segunda-feira e o corpo só foi recolhido pelo Instituto Médico-Legal cerca de duas horas e meia depois.

Segundo o investigador Lima, da Delegacia de Homicídios (DH), poucas informações contribuem para a solução do crime.

?As pessoas falam o mínimo. Temos algumas informações não confirmadas de que o homem era mecânico, pai de duas filhas e morador na vila, mas ninguém sabe o endereço?, disse o investigador.

A perita Clélia, do Instituto de Criminalística, encontrou cinco perfurações no corpo.

?A vítima foi atingida por três tiros na cabeça, um no queixo e outro no pescoço, provavelmente ela estava deitada quando foi ferida, pois um dos tiros transfixou a cabeça?, disse a perita.

O homem trajava bermuda escura, moletom marrom e tênis brancos e tinha várias tatuagens, entre elas, um dragão nas costas, um demônio no braço esquerdo e uma âncora no direito.

No bolso foram encontrados alguns comprovantes de compras pagas com cartão de crédito, datadas de 2005.

Esquina

A esquina das ruas Berlim e Formosa do Oeste, na invasão Icaraí, está se tornando um ponto conhecido da polícia e principalmente do IML, que pelo menos uma vez por mês

é acionado para recolher alguma vítima de execução.

Em15 de fevereiro, foram mortos a tiros Luiz César Rodrigues e Mauro dos Santos, ambos de 31 anos, a alguns metros de onde morreu Fabiano.

Rotina macabra

A banalização da violência é uma realidade no Jardim Icaraí. Nos locais de morte, poucos curiosos acompanham o trabalho da polícia. Nas casas, os moradores nem saem do portão para fora, apenas colocam cadeiras perto das ruas de terra e ficam de longe, comentando o caso.

Em um bar, nas proximidades da esquina, a diversão de homens bebendo e jogando não é alterada. A vida no Icaraí vale pouco, às vezes quase nada. Na maioria delas, a vítima não é identificada no local do crime, mas quando isso acontece, a morte é rapidamente justificada pelo envolvimento com tráfico de drogas.

Para completar a já rotina noturna de tiros, gritos e sirenes, ainda tem o trem que passa constantemente e balança os barracos. Às vezes a composição passa devagar e até pára, para esperar o IML retirar algum corpo deixado nos trilhos para ser mutilado.

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