“Querem calar a minha voz”, afirma Ricardo Chab

O apresentador e ex-deputado estadual Ricardo Chab, preso na última semana junto com o advogado, Antônio Neiva de Macedo, acusados de extorquir a empresa de segurança Centronic, concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (5). O jornalista, que deixou a cadeia em liberdade provisória, questionou a sua prisão e sugeriu interesses de terceiros no que chamou de "tentativa de calar a sua voz".

Chab afirmou que foi hostilizado por presos e funcionários do Estado durante os oito dias que ficou detido. "Vocês não imaginam a humilhação que passei. Ninguém pode passar por essa humilhação, quanto menos uma pessoa que sempre defendeu a sociedade", disse o comunicador, visivelmente emocionado. O jornalista disse que ficou 48 horas incomunicável, numa cela sem energia, com uma pequena fresta.

Quanto à acusação, Chab diz que o dinheiro apreendido (R$ 35 mil, que teriam sido pagos pela empresa) durante o suposto flagrante pertencia a Antônio Macedo e eram referentes aos honorários do advogado.

De acordo com o apresentador, sua relação com a empresa de segurança é estritamente comercial. "Temos um pré-contrato com a Centronic. Vocês sabem como tudo é negociável e como é essa relação. Em nenhum momento aparece qualquer gravação do Ricardo Chab exigindo dinheiro".

Chab disse que, ao ser comunicado da prisão do advogado, foi convidado a acompanhar a autoridade policial até a Delegacia de Estelionato e Desvios de Carga (DEDC), onde teria recebido voz de prisão em flagrante.

Ricardo Chab coloca em dúvida o motivo de sua prisão. "Em nenhum momento surgiu qualquer notícia ou qualquer suspeita. Então eu pergunto qual é a notícia que a centronic tanto teme? O que eles tanto temem? As autoridades poderiam responder. Se temem é porque eles devem alguma coisa", conclui o apresentador.

"Quero mais uma vez deixar claro que tentaram me calar. A pancada foi doída mas eu resisto porque sou integro, sou sério e tenho 30 anos de profissão. Todo mundo sabe da minha integridade. Se acham que calaram o Ricardo Chab estão muito enganados", disse o jornalista.

Macedo também completou as suspeitas de Chab. "será que apenas a Centronic quer calar a voz de Ricardo Chab", indagou.

Chab e Macedo foram presos no dia 25 de abril por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O presidente da Câmara de Colombo, vereador Onéias Ribeiro de Souza também foi indiciado pelo crime de extorsão, mas não teve sua prisão decretada.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Chab e Macedo extorquiram duas vezes o proprietário da empresa de segurança Centronic. A primeira, no ano passado, quando exigiram R$ 100 mil para não divulgar o nome da empresa no programa de TV e, na semana retrasada, quando pediram R$ 150 mil pelo mesmo motivo.

O advogado Antônio Neiva de Macedo é o mesmo que defendeu o vigia Marlon Janke (ex-funcionário da Centronic) que participou da morte do estudante Bruno Strobel Coelho, em 2 de outubro do ano passado.

Toda a operação que culminou na prisão do apresentador e do advogado foi acompanhada pelo juiz Pedro Luís Sanson Corat, da Vara de Inquéritos Policiais e também por representante do Ministério Público.

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