Quatro mortos em dois atentados

Dois tiroteios que ocorreram simultaneamente no Jardim Itália, em São José dos Pinhais, porém sem relação aparente, resultaram em quatro mortos. Ambas as ocorrências foram registradas às 10h de domingo e, num dos casos, duas pessoas inocentes foram atingidas por balas perdidas. No outro caso, dois jovens foram executados dentro de um carro.

Um duplo assassinato ocorreu na Rua Quirino Zagonel. De acordo com o investigador Ademar, da delegacia de São José dos Pinhais, uma briga de gangues originou um tiroteio, que atingiu Antenor de Oliveira Paz, 55 anos, que andava na rua, e Moacir Fernandes Ribeiro, 33, que estava dentro de uma quitanda, fazendo compras. Antenor morreu na hora e Moacir foi levado em estado grave ao hospital, com um tiro na boca e outro nas costas, e não resistiu aos ferimentos. Ademar informou que a polícia sabe quem são os integrantes dos dois bandos, porém não revelará suas identidades para que as investigações não sejam prejudicadas.

Rixa

A briga entre as duas gangues, diz o soldado Emanuel, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, é antiga. Tudo teria começado quando um rapaz de nome Édipo levou seis tiros no peito, há alguns meses. Apesar de gravemente ferido, ele não morreu, e o fato gerou uma série de desentendimentos e vinganças entre a ?gangue do Itália? e a ?gangue do Iraque?. O fato mais recente, que deu origem ao tiroteio, teria sido uma festa de aniversário em que participavam dois rapazes chamados Robson e Luiz Carlos. Vanessa, mulher de Luiz Carlos, contou que dois indivíduos conhecidos entraram na festa dando tiros e acertaram a mão dela.

Depois disso, de acordo com o soldado Emanuel, Luiz Carlos e seu amigo Robson teriam ido à casa de Édipo, que eles acharam que estava envolvido na confusão da festa, e dado sete tiros num veículo Corsa, que estava parado em frente à residência. Mais tarde voltaram em uma moto preta, e deram mais tiros contra a residência. Porém, quando chegaram na rua pela segunda vez, foram recebidos a bala pelo grupo rival.

O tiroteio resultou na morte dos dois inocentes, Antenor e Moacir.

A Polícia Militar realizou buscas na região, mas não encontrou Robson e Luiz Carlos. Apenas deteve Édipo, que, segundo o soldado Emanuel, está sob suspeita de ser sido o pivô de toda a confusão. Ele foi levado à delegacia local para esclarecimentos.

Carro

Não muito longe dali, o investigador Rui, da Escola de Polícia, passava pela Estrada do Clemente, à margem do Contorno Leste e próximo da empresa Gestamp, quando viu o Chevette placa AAJ-1924 (Curitiba), parado na estrada, com a porta aberta e o som ligado em alto volume. Rui acionou a sirene da viatura e ninguém se manifestou no Chevette.

Ao fazer a abordagem, encontrou Leandro Matias dos Santos, 27, no banco do motorista, e Daniel Augusto Kusdra, 29, no banco de trás, ambos mortos. Leandro foi atingido por dois tiros à queima-roupa, na cabeça, e Daniel, por cinco tiros no peito. Arma usada foi uma pistola calibre 380.

De acordo com o perito Antônio Carlos, da Polícia Científica, é provável que um ou dois indivíduos estivessem dentro do carro e tenham se desentendido com Leandro e Daniel, atirando neles. Os tiros foram dados do banco do passageiro da frente, analisa o perito, e o crime era recente -ocorrido entre 10h e 11h.

O carro, registrado com endereço no Jardim das Américas, não possuía alerta de furto e estava em nome de Leandro. Familiares de Luiz Carlos e Édipo, os envolvidos no homicídio da Rua Quirino Zagonel, estiveram no local onde morreram os dois rapazes dentro do Chevette. Como ninguém reconhecia os mortos, e por eles provavelmente morarem em Curitiba, a polícia acredita que, apesar da coincidência do local e do horário, os dois casos não tenham relação um com o outro, e serão investigados separadamente.

Mais uma morte em São José

O servente de pedreiro Claudecir dos Santos, 32 anos, foi morto por volta das 23h50 de sexta-feira, também em São José dos Pinhais.

Ele foi atingido por tiros quando andava pela Rua Joaquim Ferreira Claudino, na altura do número 630, no Jardim Cruzeiro. Mesmo sendo morador no Cajuru, em Curitiba, o crime deve ser investigado pela delegacia de São José dos Pinhais, onde o assassinato ocorreu.

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