Moradores de Castro, região dos Campos Gerais, fizeram ontem uma manifestação contra a violência. Nos últimos meses, vários crimes ocorreram na cidade, entre eles o assassinato de Alessandra Subtil Betim, 8 anos, morta na última semana depois de ter sido violentada. Os manifestantes percorreram várias ruas pedindo reforço policial, além da implantação da guarda municipal.
Os moradores se reuniram às 14h na praça em frente à prefeitura. Entre os participantes, colegas de turma de Alessandra, alunos de outras cinco escolas e parentes de vítimas.
“Queremos justiça. Voltar ela não volta, mas teremos conforto se a justiça for feita”, disse a cunhada da menina assassinada, Angela Patrícia Rodrigues. O pai da garota, José Gerson Subtil, pediu ajuda da população. “Só vou me conformar quando souber exatamente o que aconteceu. Quem tiver alguma informação pode ajudar”, declarou.
Outras pessoas também estavam abaladas pela perda de familiares. Maria Silmara da Silva contou que o irmão, de 30 anos, foi morto em agosto enquanto trabalhava em uma lan house. Os assaltantes levaram R$ 40 do caixa. O rapaz tinha uma filha, iria se casar no fim do ano e a mulher estava grávida.
“Era o caçula da minha família. Minha mãe está muito abalada, não dá para descrever a dor que estamos sentindo. Esse crime poderia ter sido prevenido”, lamentava.
Durante 1h15 os manifestantes percorreram as ruas do bairro com faixas e cartazes com mensagens de paz e justiça. A moradora Rosângela Frias Mantovani cobrou a instalação da guarda municipal na cidade.
Ano passado, a prefeitura realizou concurso público, mas até agora o serviço não foi efetivado. Os moradores querem também a instalação de uma delegacia da mulher e melhor estruturação do conselho tutelar.
O delegado Getúlio Moraes Vargas afirmou que a violência vem aumentando em todo o País e que a população de Castro se assustou porque no último fim de semana aconteceram vários crimes ao mesmo tempo.
Foram quatro tentativas de homicídio, um homicídio, dois assaltos e mais o assassinato da garota. “Mas todos os autores já foram identificados”, disse. Os autores do crime contra Alessandra também já foram presos. A reportagem de O Estado entrou em contanto com a prefeitura de Castro para comentar as reivindicações dos moradores, mas não obteve resposta.