Promotora recorre contra absolvição de Valentina

Belém – A promotora de Justiça Rosana Cordovil vai recorrer, até amanhã, da decisão dos jurados que por 6 a 1 absolveram Valentina de Andrade da acusação de autoria intelectual de seqüestro, castrações e assassinatos de crianças em Altamira, no sudoeste do Pará. Rosana vai alegar que a sentença foi contrária à prova dos autos e que havia elementos suficientes no processo para condenar Valentina.

O advogado Clodomir Araújo, defensor das famílias das vítimas e que atuou no júri como assistente de acusação, deverá apresentar apelação para tentar levar a acusada a novo julgamento, mas só fará isso no começo de janeiro. “Pretendo analisar bem o fundamento desse recurso”, justificou Araújo. As duas apelações serão julgadas pelas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Pará. Rosana disse que ficou “estupefata e decepcionada” com a sentença dos jurados e decidiu abandonar sua participação no júri popular após o fim do processo de Valentina. “Vou rasgar a minha beca e sepultar a Justiça em praça pública”, prometeu.

Valentina, que deixou um hotel de luxo onde ficou hospedada por algumas horas após sair da prisão com o alvará de soltura, teria viajado para Buenos Aires. Líder da seita Lineamento Universal Superior (LUS), ela tem visto para os EUA, segundo a Polícia Federal, e poderá passar a residir naquele país.

O resultado do julgamento ainda está na boca do povo nas ruas de Belém. “É um escárnio, uma vergonha, soltarem essa mulher”, disse o bancário Hamilton Vaz. Para o feirante Ferdinando Costa da Luz, “o inferno continua em festa, mas Deus está triste” com a absolvição de Valentina.

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