A prostituição infantil é um problema grave no País e, ao contrário do que muita gente pensa, não atinge apenas os estados das regiões Norte e Nordeste. No Paraná, os casos são evidentes e facilmente identificados em Paranaguá, no litoral, em função da existência do porto, e em Foz do Iguaçu, na região Oeste, fronteira com Paraguai e Argentina. Porém, também existem casos em diversas outras cidades, incluindo Curitiba e Região Metropolitana.
Levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou 844 pontos de risco nas rodovias (como bares, boates e postos de gasolina), sendo 23 no Paraná. ?Estamos realizando um trabalho de conscientização para incentivar caminhoneiros e donos de postos a não ficarem calados diante de casos de prostituição infantil. Nosso objetivo é conversar com essas pessoas e incentivá-las a utilizar o número 0800-990500 para fazer as denúncias?, afirma o inspetor Gilson Luiz Cortiano.
Já a Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, em parceria com os Ministérios do Turismo e da Justiça, estará lançando, em setembro, uma série de ações para combater o turismo sexual-infantil, como palestras, cartilhas e um selo que identificará estabelecimentos comerciais que se preocupam em combater o problema.
Para o procurador Olympio de Sá Sotto Maior, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, a prostituição é resultado de uma faceta econômica da situação enfrentada pelas crianças e suas famílias. Para minimizar o problema, é preciso que haja a efetivação de políticas públicas que possam interferir na situação social que as vítimas de exploração e seus familiares enfrentam.