Presos suspeitos de latrocínio

Três acusados de compor uma quadrilha especializada em roubar entregadores de mercadorias estão presos no 11.º Distrito Policial. Num dos assaltos atribuídos aos detidos, o motorista Gildásio Rozeno Borges, 39 anos, que dirigia um caminhão carregado de macarrão, doces e salgados, foi morto com um tiro no peito, em frente a uma lanchonete, na Rua Haroldo Maravalhas, Cidade Industrial.

Gildásio foi baleado às 13h da última sexta-feira e morreu ao chegar no Hospital do Trabalhador, levado pelo Siate. Os R$ 50,00 que ele havia recebido pela entrega desapareceram. Horas depois, a Polícia Militar recebeu informação anônima revelando que os autores do latrocínio bebiam juntos numa casa na Rua 18, Vila Barigüi, CIC. Orlando Inácio do Prado Júnior, 18 anos, Valtemes dos Santos Félix, 21, o “Baiano” e Anderson da Silva, 22, foram levados ao 11.º Distrito Policial.

Versões

O delegado Sérgio Taborda, titular do 11.º DP, disse que os quatro contaram versões contraditórias e por isso permaneceram detidos. Todos foram submetidos ao exame de parafina,na Instituto de Criminalística, cujo resultado ainda não saiu. Somente na segunda-feira os acusados apontaram “Baiano” como autor do tiro no motorista. “Como sabiam que o exame incriminaria o autor, combinaram uma versão que eximia os demais de culpa”, acredita o policial.

“Baiano”, que na verdade nasceu em Aracaju (SE), disse que atirou porque o motorista o havia sujado ao passar com a roda do caminhão sobre uma poça de lama. “Sei que não é motivo para matar. Mas não foi roubo”, afirmou ele, que entregou à polícia a arma usada no crime.

Ele, Anderson e Orlando, entretanto, são acusados de outros roubos semelhantes. Dois casos ocorreram no mesmo mercado, também na CIC, e foram filmados pelo sistema de vídeo do estabelecimento. As imagens exibidas pela polícia mostram Orlando e Anderson rendendo e revistando dois entregadores dentro do estabelecimento. Por várias vezes Anderson aparece encostando o revólver na cabeça das vítimas. “Baiano”, que não aparece as imagens, admitiu ter permanecido do lado de fora durante a ação dos comparsas.

Os acusados confessam apenas os crimes registrados pelas câmeras, mas o delegado suspeita que são responsáveis por outros – Anderson, inclusive, fora indiciado por um roubo praticado três dias antes de ser preso. No caso que vitimou Gildásio, Anderson e Orlando são suspeitos, mas suas participações não foram comprovadas. “As testemunhas ainda relutam em dizer o que viram”, falou Taborda.

Capturado outro acusado de matar para roubar

Quase um ano e meio depois, o acusado de tirar a vida de um comerciante foi parar atrás das grades. Embora alegue inocência, Ronaldo Rodrigues, 26 anos, foi capturado pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que cumpriu mandado de prisão pelo assassinato de Claudemir Sonsin Torqueti, cometido em 15 de dezembro de 2002, em Paranaguá. De quebra, a polícia prendeu dois acusados de receptação.

Segundo o delegado Marco Antônio Góes Alves, Ronaldo foi preso sexta-feira, na Cidade Industrial. Ele foi apontado por outros dois acusados do latrocínio – Erlison Henrique de Farias e Everson Mendonça Dembinski, presos no ano passado – como o autor do disparo que matou o proprietário da Distribuidora de Bebidas Torqueti, em Paranaguá.

Na casa em que Ronaldo foi preso, o Cope apreendeu o Gol com a placa “fria” AJR-0579, de Rio Negro (PR). Pela numeração do chassi, descobriu-se que a placa original é IEY-8564, de Porto Alegre (RS), e que o veículo tinha queixa de furto. O lavador Cléber Rogério Andrade Aleluia, 24, proprietário do carro, disse que o comprara de Juvenil Aparecido de Ávila, dono de uma auto-elétrica na Vila Barigüi, CIC. Ambos foram autuados por receptação.

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