Presos ameaçam se rebelar

Depois de uma greve de fome de três dias e de enviarem um bilhete para reportagem da Tribuna, os 493 presos da Casa de Custódia de Curitiba (CCC), na Cidade Industrial, ameaçam iniciar uma rebelião no próximo domingo, caso suas reivindicações não sejam atendidas pela administração do presídio. Segundo os familiares dos detentos, que insistentemente denunciam irregularidades no tratamento dos presos, o clima na Casa de Custódia está tenso. Ontem nem advogados puderam conversar com seus clientes.

As reclamações dos presos incluem maus-tratos por parte dos agentes e falta de atendimento médico. Eles ainda acusam o sistema de ser responsável pela morte de quatro detentos. Esta semana, um preso enviou um bilhete para a reportagem da Tribuna, através de um parente. Ele não será identificado para não sofrer represálias. No bilhete, alerta que Valdecir de Jesus, 26 anos, acusado de tráfico de drogas, morreu no último dia 4. De acordo com a informação do detento, Valdecir estava pedindo atendimento médico há dois meses e a "Casa cortou o remédio antidepressivo" dele.

Tortura

Além de entregar o bilhete, o parente denunciou que os presos são torturados pelos agentes e que estão passando frio. "Não tem vidros nas celas, só grades. O lugar já é frio e ainda nem deixam a gente levar cobertor. Nem meia os presos podem usar. Tem que ficar de chinelo", contou a mãe de um dos detentos. "Se nas outras cadeias eles podem usar sapato e meia, porque na Casa de Custódia não?", reclamou a mulher.

Os presos ainda reivindicam visita íntima, banheiro para os visitantes e que a sobra da comida levada pelos familiares permaneçam nas celas.

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