Preso na Farol da Colina pega dez anos de cadeia

A 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba condenou ontem Reiginaldo Perez Chaves a 10 anos de prisão e ao pagamento de multa no valor de 1.200 salários mínimos, por gestão fraudulenta e manutenção de depósitos não declarados no exterior, crimes previstos na Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

 Chaves foi preso durante a Operação Farol da Colina, deflagrada em agosto do ano passado, acusado pela movimentação de US$ 116.350.146,05 em uma conta mantida no exterior junto à Beacon Hill, instituição financeira clandestina que operava nos Estados Unidos movimentando recursos, na sua maior parte, de doleiros sul-americanos.

Investigações promovidas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal levaram as autoridades brasileiras a identificar a empresa Beacon Hill, titular de conta bancária nos Estados Unidos para a qual foi transferida significativa parte do dinheiro evadido do Brasil via contas CC-5. Essa empresa havia sofrido intervenção das autoridades americanas, tendo sido condenada pela Justiça daquele país por atuar no mercado financeiro sem autorização governamental. Foram apreendidos na sede daquela empresa diversos documentos que permitiram identificar quem eram os titulares das subcontas junto a essa instituição. Dentre essas pessoas estava Reiginaldo Chaves, titular da subconta Montana.

O réu condenado ontem tinha conexões com Alberto Youssef, com o qual efetuou operações de câmbio no valor de aproximadamente US$ 5 milhões, e com Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, com o qual chegou a trocar informações privilegiadas na véspera da deflagração da Operação Farol da Colina, que lhe permitiram se ocultar da Polícia Federal em um primeiro momento, vindo a ser preso somente cerca de um mês após, escondido na garagem da casa de um amigo.

Alberto Youssef e Toninho da Barcelona também já foram condenados pela 2.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, por operações no mercado paralelo de câmbio. 

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