Policiais da Delegacia de São José dos Pinhais prenderam, às 12h30 de ontem, Jeferson Ermelino, o "Dé", 24 anos, que confessou ser o autor do triplo homicídio ocorrido na manhã do último dia 29, no Jardim Ipê. O rapaz estava escondido em uma casa na Rua Issac Ferreira da Cruz, no Sítio Cercado. A arma do crime, um revólver calibre 38, também foi apreendida.
O delegado Osmar Dechiche disse que a moradia foi cercada e o rapaz recebeu ordem para se entregar. Mesmo assim, ele tirou o tênis e se escondeu no forro da moradia, mas foi capturado. "Ele já tinha mandado de prisão por uma dupla tentativa de homicídio, em Maringá. Pedimos a prisão dele por aqui e a Justiça decretou", salientou o delegado. Ontem mesmo, o rapaz foi transferido para o sistema penitenciário. "Temos três parentes das vítimas recolhidos no xadrez. Não podemos deixá-lo aqui", argumentou Dechiche.
Confissão
Friamente, Jeferson contou que foi até a casa das vítimas para matar Adair Nunes dos Santos Oliveira, 45. O motivo, segundo ele, é que horas antes a mulher tinha falado para sua mãe que iria matar a sua família. "Fui até lá só para matar ela. Atirei. O casal estava na cama, se movimentou e mandei bala também", relatou. Ele negou que após matar Adair e Maria Cristina Ribeiro Duarte, 24, Aguinaldo de Oliveira Júnior, 23, que era paraplégico, implorou pela vida, dizendo que ele já tinha matado sua mãe e sua namorada. Adair e seu filho Aguinaldo morreram na casa, situada na Rua Bartolomeu Lourenço Gusmão, no Jardim Ipê. Cristina, que era namorada de Aguinaldo, chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Outro fato que Jeferson não admitiu foi que atirou intencionalmente contra a garotinha Kauane Cristina de Oliveira Ribeiro, 5 anos, que dormia em um colchão, no chão, na casa dos fundos. Ele também negou que queria matar a mãe da criança Kelly, que conseguiu escapar. "Eu só fui na casa dos fundos para ver quem estava espiando. Dei um tiro na parede. Nem sabia que tinha acertado o pé da criança", desconversou o rapaz. "Já disse. Só queria matar a Adair", afirmou.
A arma usada nos crimes foi apreendida após a prisão de Jeferson. "O revólver estava escondido nos fundos da casa de uma parente dele. Vamos encaminhá-lo para a perícia, pois além do triplo assassinato existe a possibilidade deste revólver ter sido utilizado em outro homicídio, ocorrido na Região Metropolitana", adiantou o delegado Dechiche.