Impiedoso

Preso admite que mandou carbonizar homem

Policiais da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) encontraram na Cidade Industrial os documentos de Antônio Gilberto Lago, de 62 anos, carbonizado no porta-malas do próprio carro, em Campo Magro. A apreensão ocorreu na tarde desta quarta-feira (26), durante investigação a uma quadrilha de ladrões carros e residências. Jean dos Santos Jacinto, 18 anos, foi preso e confessou a participação no assassinato de Antônio, que foi baleado antes de ser queimado com o carro.

Antônio, músico e funcionário da Prefeitura de Curitiba, estava desaparecido desde terça-feira. Segundo a polícia, foram feitos saques de R$ 300 e R$ 500 da conta da vítima, na madrugada de quarta-feira. A versão contada pelo suspeito é que Antônio teria conhecido a irmã dele, de 20 anos, pela internet e marcado um encontro. Segundo Jean, ela alegou ter sido estuprada, mas não teria dado queixa à polícia sobre o abuso sexual por medo. Porém, o rapaz não explicou o que ela temia.

Armação

O crime brutal foi premeditado. “Falei para ela marcar outro encontro com o cara que a gente resolveria com ele”, disse Jean. O detido, a irmã e dois integrantes da quadrilha, entre eles Maicon do Prado Santos, 23 anos, foram até a casa de Antônio, o amarraram no porta-malas do Vectra e o levaram até Campo Magro. Ele relatou ainda que Maicon deu seis tiros em Antônio e botou fogo no carro em seguida.

Jean afirmou que os saques na conta bancária de Antônio foram feitos por sua irmã, mas que o dinheiro teria ficado com Maicon. De acordo com o delegado Cassiano Aufiero, da DFRV, a versão de Jean será investigada, mas disse acreditar que a história é falsa. “A história bate, foi confessada com riqueza de detalhes, mas quanto à motivação vamos verificá-la”, disse. Jean negou ser integrante da quadrilha que roubava residências e veículos e disse ter conhecido Maicon há cerca de três semanas.

O corpo de Antônio foi abandonado em chamas na Rua Ana Biernaski, Jardim Bom Pastor, em Campo Magro. Moradores disseram ter ouvido os tiros e visto as labaredas por volta da meia-noite de quarta para quinta-feira, mas o carro com a vítima carbonizada no porta-malas só foi achado pela manhã. A necropsia, no Instituto Médico-Legal vai indicar se Antônio foi baleado antes de ser queimado.

Falsa
s

De acordo com o delegado, a quadrilha era investigada há aproximadamente dois meses. Um dos esconderijos dos integrantes, no Santa Quitéria, foi encontrado na tarde de quarta-feira. Dois homens que estavam no local trocaram tiros com os policiais. “Um deles acabou fugindo e prendemos Jean’, contou. Na casa, foram encontrados simulacros de um fuzil AR-15 e de uma espingarda calibre 12, e objetos pertencentes às vítimas.

Os policiais seguiram até outro esconderijo da quadrilha, na CIC, onde foram encontrados um simulacro de um fuzil AK-47, estepes de veículos, e munições verdadeiras de pistola 9 milímetros. “Encontramos mais objetos, carteiras, identidades, de vítimas da quadrilha, entre elas o documento de Antônio”, afirmou Cassiano.

Sobre as armas falsas, o delegado disse que eram simulacros perfeitos. “Enganaram até mesmo os policiais”. Ele explicou que os donos dos documentos encontrados com a quadrilha serão chamados a contar como foi a ação dos bandidos para dar sequência à investigação.

Suellen Lima
Carro foi visto em chamas.