Preso acusado de matar menino

O garotinho Rodrigo Messias de Oliveira, 11 anos, morto no último dia 13 com um tiro na cabeça, não foi vítima de bala perdida, mas da covardia de um criminoso que já estava condenado a 14 anos de prisão. Segundo a polícia, a criança foi assassinada por Ivan Teixeira dos Santos, 34 anos, vizinho de Rodrigo que não tolerava que ele brincasse com seus filhos.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Adonai Armstrong, a partir dos depoimentos de vários moradores da Vila Reno, Uberaba, onde aconteceu o crime, Ivan passou a figurar como principal suspeito. Conhecido por arrumar briga com vários vizinhos da região e de ter ameaçado Rodrigo, por que ele convidava seus filhos para jogar bolinha de gude e soltar pipa, o delegado pediu a prisão temporária do suspeito. Depois do crime, Ivan desapareceu e apenas no último domingo voltou para casa. Os vizinhos avisaram a polícia e ele foi preso. O delegado pretende transformar a prisão temporária em preventiva, e depois encaminhar Ivan ao Centro de Triagem II, em Piraquara.

Negativa

Segundo o delegado, Ivan não confessou o crime, porém sua vida pregressa contribui para confirmar as suspeitas que recaem sobre ele. Ivan é condenado a 14 anos de prisão por um crime cometido em 1992, em Santa Catarina. Na ocasião ele estuprou uma mulher de 70 anos, que morreu com a agressão sofrida. Ivan ficou 9 anos preso e estava em liberdade condicional. Com ele a polícia encontrou dois documentos de identidade, um de Santa Catarina e outro do Paraná. Apenas em um deles constava seu nome correto, que indicava os antecedentes criminais.

O delegado já solicitou uma perícia no local do crime para confirmar que a única maneira de Rodrigo ter sido morto foi com tiro disparado da casa de Ivan, situada em frente da residência do menino. "Não tem como o garoto ter sido vítima de bala perdida, pois a casa dele tem muros altos. Acredito que Ivan tenha atirado e depois jogado a arma em algum lugar", disse o delegado.

Crime

O crime aconteceu na noite de terça-feira da semana passada, quando a criança estava sentada sobre uma mureta, na garagem de sua casa. Ele estava junto com o pai, que arrumava o carro, quando foi baleado na cabeça. Nivaldo Messias de Oliveira, 31, colocou o filho no veículo e o levou até o Hospital Cajuru, mas Rodrigo não resistiu e morreu na noite do dia seguinte.

Com a prisão do suspeito, Nivaldo diz que se sente mais aliviado. Entretanto, não pretende continuar morando na mesma casa onde aconteceu a tragédia. "Devo vender minha casa esta semana. Depois vou embora daqui", disse. Rodrigo era filho adotivo do casal, que planejava adotar uma menina nos próximos meses. A mulher de Nivaldo não pode ter filhos e depois da tragédia o plano de uma nova adoção foi prorrogado.

"Escudo" pra traficante

Os investigadores do 13.º Distrito Policial (Tatuquara) também já identificaram o responsável pela morte de Jéssica Jaqueline Pereira da Silva, 15 anos, ocorrida no último sábado. Um indivíduo conhecido por "Clevinho" é apontado como autor. O motivo do crime foi briga por tráfico de drogas entre o assassino e o namorado da menina.

De acordo com o delegado Irineu Portes, Jéssica e seu namorado Fernando, conhecido por "Punk", tinham saído do circo, quando foram abordados por "Clevinho". Ao sacar a arma em direção a Fernando, este fez sua namorada como escudo e ela foi baleada no peito. O assassino fugiu de moto com o irmão. Jéssica foi levada ao Hospital do Trabalhador, onde morreu assim que foi internada.

Enquanto Fernando tentava socorrer a namorada, amigos dele invadiram a casa de um irmão de "Clevinho", acreditando que o assassino estaria lá. Na residência situada na Rua Guilherme Mehl, Valdecir de Lima, 19, foi baleado no queixo e Aldemir César, 31, irmão do assassino, levou um tiro na perna. O delegado espera que os dois se recuperem para conseguir mais informações sobre o crime.

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