Esquema forte

Presas irmãs que comandavam quadrilha de roubo de carros

Uma quadrilha de roubo de carros e falsificação de placas e documentos foi desmantelada pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), na semana passada.

As irmãs Izadora Fernanda Mendes de Souza, 22 anos, e Izabele Francine Mendes de Souza, 28 anos, são tidas pela polícia como as recentes articuladoras do bando.

Elas passaram a comandar o esquema depois que o marido de Izadora, Kelvin Teixeira de Vargas, 24 anos, foi preso em 03 de março. Ele estava em liberdade provisória e usava tornozeleira de monitoramento eletrônico da Justiça, quando foi pego em flagrante com uma Ecosport roubada.

O delegado Cassiano Aufiero explicou que a quadrilha atuava em duas frentes. Tanto roubava os veículos e adulterava as placas e documentos, quando vendia as placas falsas e documentos a outras quadrilhas de assaltantes.

Em geral, os carros adulterados não eram repassados no comércio. O delegado acredita que, depois de terem as placas trocadas, eram usados em outros crimes, como transporte de drogas e contrabando, ou para que fossem levados tranquilamento até desmanches, sem chamarem a atenção da polícia.

“Assim eles podiam circular sem problemas. Se fossem parados em fiscalização, mostravam o documento, e como a placa não tinha alerta de roubo, eles conseguiam seguir viagem”, explicou.

Detrans

Para falsificar os documentos, a quadrilha usava espelhos em branco, furtados dos Detrans dos três estados do sul, mas principalmente de Santa Catarina, onde um lote grande foi levado.

Quando saíam para roubar os carros, a maioria encomendados, os bandidos já levavam a cópia de uma placa quente (sem alerta de furto ou roubo) e o documento com aquela placa e as características do veículo desejado. Assim que roubavam, já trocavam a placa e começaravam a rodar tranquilamente.

“Às vezes não dava nem tempo da vítima chegar aqui na delegacia para dar queixa do roubo e os ladrões já estavam andando com a placa do carro trocada. Difícil da polícia localizar assim”, lamentou o delegado.

A polícia confiscou um total de R$ 36 mil em contas bancárias dos envolvidos. Já pediu a quebra de sigilo bancário, para ver a origem dos depósitos feitos nelas. Cada venda de documentos e placas falsas a quadrilha cobrava R$ 1.500,00 de outros bandos.

Suspeita-se que este “comércio” gerava em torno de R$ 40 a R$ 50 mil por mês. 28 espelhos de documentos em branco, levados dos Detrans, foram apreendidos. “Creio que eles deveriam vender de 20 a 30 kits de documentos e placas por mês”, disse Cassiano.

Além de Kelvin e das irmãs, também foram presos Marcello Henrique Perfetti, 26 anos (reincidente em roubo a mão armada), Alexandre Ramos, 18 anos, e Reinaldo Pereira Filho, 20 ano.

Com eles a polícia recuperou uma Ecosport e um Onix, ambos roubados, e quatro outros veículos que vão passar por perícia, sos a suspeita de que até o chassi já estivesse adulterado: BMW X5, New Beatle, Gol e Golf.

A vítima do Onix, um analista de RH de 33 anos, contou que foi assaltada na quarta-feira da semana passada (10). Ele trabalha numa empresa que oferce serviços de pintura e, às 11h10 daquele dia, três homens tocaram o interfone da empres apedindo serviço.

Quando o analista os atendeu e entregou as fichas de cadastro, um dos marginais puxou a arma e rendeu ele e outra funcionária. Levaram celulares, tênis, relógio e o Onix.

Um dos detidos foi pego em flagrante com o Onix roubado, no momento em que uma das duas irmãs presas entregava a ele a placa clonada que seria intalada no veículo.

Todos foram autuados por associação criminosa, falsificação de documento público, roubo qualificado, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo.