Por túnel, 32 presos fogem do Alto Maracanã

Duas fugas em massa ocorreram na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo. A primeira, durante a madrugada e a outra, no fim da noite de ontem. Os presos cavaram um túnel de aproximadamente 10 metros de comprimento para alcançar o terreno de um colégio que fica ao lado do prédio da delegacia. De acordo com a polícia, 22 detentos fugiram na primeira vez e apenas um foi recapturado. À noite, esse mesmo preso e mais 10 escaparam pelo mesmo túnel. A delegacia estava superlotada com 83 detidos, quando a capacidade aconselhada é de 16.

De acordo com o superintendente da delegacia local, Job de Freitas, os presos quebraram o concreto do piso da carceragem, fazendo um buraco de aproximadamente 30 centímetros de largura. Depois começaram a cavar um túnel e encontraram um córrego subterrâneo que facilitou a fuga. Bastou acompanhar o fluxo da água e, metros adiante, escavar um novo túnel para sair no terreno do colégio. Depois, os fugitivos pularam o muro do colégio e ganharam as ruas de Alto Maracanã.

Prisão

A fuga foi descoberta apenas quando os detentos pularam o muro do colégio. Por sorte, uma das câmeras de vigilância da delegacia flagrou esse momento, o que alertou os plantonistas. "No início, os policiais pensaram que estavam invadindo o colégio e foram verificar. Chegando mais perto, descobriram que se tratava de presos escapando", relatou Job.

Para fazer o buraco, os presos utilizaram brocas e serras. O material foi introduzido na carceragem por visitas. Mas nesse caso específico, os detentos também foram bastante criativos. Para poder usar a broca, eles precisaram montar um aparelho que servisse como uma furadeira. E isso foi feito. Aproveitando a comodidade de ter ventiladores nas celas, para fazer circular ar numa carceragem superlotada, os detentos desmontaram esses aparelhos e utilizaram as peças para montar a rústica furadeira. Assim a broca pôde ser usada e o buraco para a fuga finalizado.

Fragilidade

Essa foi a primeira fuga subterrânea da história da delegacia de Alto Maracanã. E para surpresa de policiais, esse fato demonstrou a fragilidade do prédio da delegacia. O piso de concreto da carceragem é de uma espessura muito fina, cerca de dez centímetros. Para facilitar ainda mais, embaixo do prédio passa um córrego, fato até então desconhecido pelos policiais. "Agora teremos que tomar providências para evitar novas fugas subterrâneas", explicou o superintendente, mostrando que recentemente teve que fazer um reforço no teto do prédio para que os presos não fugissem mais por aquele local.

As obras emergenciais foram contratadas, mas seriam concluídas hoje. Os presos que não fugiram (62) foram transferidos para o solário da delegacia. Na segunda fuga, eles serraram uma grade para ter acesso, novamente, à carceragem e ao túnel.

Os que fugiram na madrugada são: Alexandre Lima Mota, Aderson Antunes de Macedo, Carlos Domingues Ozório, Carlos Roberto de Oliveira, Cleverson Santos Silva, Daniel Fábio Pinto, Daniel Wiliam Ferreira, Edson dos Santos, Eduardo Freitas dos Santos, Eduardo Goes, Fernando Mendes da Silva, Jefferson José Borges, Josecler Aparecido da Silva, Josiel Martins de Souza Silva, Luiz Donizete de Oliveira, Paulo Cezar Pereira dos Santos, Renato Ferreira Dias, Rodrigo Mendes, Vanderlei Gonçalves de Lima, William de Oliveira Santana, Juliano José Velozo. No fim da noite de ontem, a polícia ainda conferia o nome dos demais fugitivos.

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