Um ano depois...

Polícia se cala e boatos sobre investigação do caso Tayná brotam

O silêncio da polícia e do Judiciário sobre o caso Tayná deixam a sociedade sem saber se a investigação está caminhando. Enquanto isso, as teses populares vão pipocando em cada esquina do bairro São Dimas, em Colombo. Márcia, uma das irmãs da vítima, afirma que Tayná não tinha namorado, que trabalhava e estudava e participava do grupo de jovens da igreja. A família de seis irmãos, seis meninas e um menino, se mudou do bairro para amenizar a crise que abalou a família inteira.

Márcia conta que sua mãe Cleuza está “desligada do mundo” e não tem nada o que comemorar na próxima quarta-feira, seu aniversário. Seu pai não consegue largar do vício em álcool. Todos ficaram chocados demais e até a irmã mais nova, hoje com quatro anos, foi atingida. “Ela sempre diz que está com saudades da irmã e pergunta quando a gente vai lá no poço buscar a Tayná”, lamentou Márcia.

Falação

Parte da população do bairro compartilha a tese da família, de que foram os quatro funcionários do parque de diversões que cometeram o crime. Já outra parte espalha boatos que Tayná tinha namorado e já se relacionou com homens bem mais velhos, ligados à área de segurança. Tanto é que quando surgiu a denúncia de que os policiais da delegacia do Alto Maracanã tinham torturado os funcionários do parque para confessarem, a boataria colocou os policiais como suspeitos do crime. Foi boataria tão forte que os policiais aceitaram ceder material genético para confrontar com o DNA do esperma encontrado em Tayná. Mas, por desentendimento entre a direção do IML e os advogados dos policiais, o material não foi coletado.

A perícia criminalística constatou na época que a estudante já tinha o hímen na vagina rompido e cicatrizado há muito tempo, além de que sua cavidade anal já tinha características de quem sempre fazia sexo anal. Tanto é que o esperma encontrado em Tayná estava junto com as fezes da jovem. A boataria já deu conta de dizer que teria sido por ciúme que um destes ex-namorados pediu à estudante uma última relação antes de aceitar o fim do relacionamento, que acabou mesmo com morte. Mas tudo não deve passar de boataria, já que supostos namorados de Tayná nunca foram localizados nem interrogados pela polícia.