Polícia recupera 1.300 cabeças de gado roubadas no centro do Estado

Operação policial, na manhã desta sexta-feira (17), nas cidades de Palmital e Laranjal, região centro-sul do Estado, recuperou 1.300 cabeças de gado, que haviam sido roubadas por uma quadrilha que agia há pelo menos 15 anos na região. Foram presos 13 suspeitos. De acordo com o delegado-chefe da delegacia de Palmital, Homero Vieira Neto, a polícia apreendeu quatro revólveres, duas espingardas, duas motosserras e diversos ferros de marcar gado.

As investigações da polícia apontam que o grupo agia em várias regiões do interior do Estado, mas principais cidades, alvos da ação da quadrilha, foram Palmital, Laranjal, Guarapuava, Nova Cantu, Mato Rico, Marquinho e Laranjeiras do Sul. “É grande o prejuízo que este grupo causou as suas vítimas. Os bandidos agiam há vários anos, porém o trabalho da polícia era dificultado, porque as vítimas tinham medo de denunciá-los”, comentou o delegado. Em um dos casos, um fazendeiro teve 500 cabeças de gado roubadas pela quadrilha. “Depois disso, ele resolveu parar de criar gado. A propriedade ainda acabou sendo invadida por sem-terras pouco tempo depois”, explicou o delegado.

Cada animal, segundo a polícia era vendido pelo grupo por aproximadamente R$ 1 mil. “O patrimônio dos líderes desta quadrilha aumentou muito nos últimos anos. Eles faziam todo tipo de negócio com o animais que eram roubados, desde vender em frigoríficos, até apresentá-los em feiras e usá-los como moeda para comprar imóveis”, contou Homero Neto. Segundo a investigação policial, na maioria das vezes, a quadrilha agia à noite e de madrugada, quando os proprietários das fazendas estavam dormindo. Eles entravam na área e tocavam o gado para fora da fazenda, sem que ninguém percebesse. Depois, carregavam os animais em caminhões para áreas muito distantes.

Perícia

De acordo com o delegado, os animais vão passar por perícia para, depois, ser devolvidos para seus respectivos donos. “Todos são marcados a ferro e é dessa maneira que eles podem ser identificados. Alguns dos animais que encontramos já haviam sido remarcados pelos integrantes da quadrilha”, explicou. Homero Neto informou que todas as cabeças de gado encontradas durante a ação policial ficaram nas fazendas onde foram localizadas. “O transporte é muito difícil de ser feito, por isso, optamos em deixá-los nos locais onde estavam até para evitar o desgaste desses animais. Os policiais monitoram as áreas até que possamos devolvê-los para seus donos”, explicou.

A polícia estima que o grupo contava com a participação de pelo menos 50 pessoas. “Ainda temos outros mandados de busca e apreensão e prisão para pedir à Justiça. Nos próximos dias, deveremos prender mais participantes deste grupo”, informou. De acordo com o delegado os presos vão responder por formação de quadrilha, porte ilegal de armas, sonegação de impostos e homicídios. “Há uns 12 anos, três pessoas foram mortas durante um roubo feito pelo grupo em uma fazenda. Agora vão responder por estas mortes”, avisou.