Vinte e uma pessoas foram presas na favela do Parolim e no centro da cidade, durante operação realizada pela Delegacia Antitóxicos e Grupo Fera. Dezenove delas são acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas e outras duas são foragidas da Justiça. A operação aconteceu na última quinta-feira. De acordo com a polícia, quem lidera o comércio de drogas no Parolim e na região central é o casal Jurandir Prestes e Eva Nauderi Gonçalves, a “Nauda”, que residem em uma fortaleza vigiada por câmaras de segurança, situada no meio da favela.
Além do casal, também foram presos presos: Fábio José da Silva Lima, 18 anos; Leopoldo Nascimento Pedrosa; Ivan Ferreira da Luz, 27; Beatriz Cristina Deutrer; Gislaine Pereira Amorim; Fauzi de Oliveira; Robério de Araújo; Márcio Aparecido Forcatto de Oliveira; Eliane Pinheiros dos Santos; Vanilda Camargo da Silva, 28; Silvina de Oliveira; Rosângela Ferreira; Maria dos Anjos Tavares dos Santos, 33; Edemir Oliveira, 27; Vilson Carlos Martins; Eliane Carlos, e Ivacir Miguel Cardoso. Todos foram autuados por tráfico de drogas. Ivacir também foi indiciado por receptação.
Paulo Roberto Batista do Rosário, 35, e Paulo Sérgio Rodrigues escaparam da Colônia Penal Agrícola e foram recapturados quando caminhavam pela favela.
Tráfico
O delegado Vilson Toledo informou que ainda tem mais 31 mandados de prisão para cumprir. “Começamos as investigações há três semanas e chegamos aos lideres e demais responsáveis pelo tráfico. Quebramos a estrutura de uma das principais quadrilhas que atuava em Curitiba”, salientou o delegado.
Toledo prometeu que o combate à droga será implacável. “Temos quase certeza que este grupo tem ligação com o tráfico internacional. Com a prisão destas pessoas certamente acontecerá uma redução deste crime”, acredita o policial.
Para não expor as pessoas que denunciaram a quadrilha, os policiais resolveram usar a tecnologia e provar o que estava acontecendo. As provas começaram a ser produzidas na Praça Generoso Marques, que seria um dos redutos do grupo de traficantes. Depois as investigações seguiram no Parolim, com a produção de mais provas.
Fortaleza
O delegado Alfredo Dib, que comanda o grupo Fera, disse que ficou impressionado com a fortaleza onde reside o casal acusado de liderar o tráfico. “Na frente é um bar, cercado por um muro alto. Nem dá para desconfiar que ali tem uma mansão”, contou o policial. A casa é cercada por câmeras de segurança, para que os proprietários saibam quando a polícia está por perto. “Se invadir, eles jogam toda a droga pela janela dos fundos. Por isto não pegamos muito crack. Eles são ágeis”, comentou o policial.
Alguns dos presos entrevistados pela Tribuna alegaram inocência. Fábio José da Silva de Lima, 18, informou que é de Santos (SP) e estava passeando com a namorada, que é menor de idade, quando foi preso. “Fumar eu fumo e porque gosto, mas não vendo”, garantiu. Já Ivan Ferreira da Luz alegou que é catador de papéis. Vanilda Camargo da Silva, 28, negou qualquer envolvimento com o tráfico. “Sou garota de programa”, afirmou.
Maria dos Anjos Tavares dos Santos, 33, disse que foi presa dentro de um salão, onde estava fazendo a unha. “Eles fizeram um arrastão e levaram todo mundo. Não estava com droga nenhuma. A polícia devia ter vergonha de apresentar este monte de gente e sem droga nenhuma”, ironizou.
O delegado Vilson Toledo explicou que a quantidade e a apreensão de droga não é importante. “Temos outras provas. Tanto que a Justiça decretou a prisão preventiva de todo mundo”, salientou, lembrando que a polícia chegou a filmar o comércio de entorpecentes na região, o que incrimina os presos.