Polícia investiga morte de primos

Enquanto os familiares de Wellington Ramos Galvão, o ?Lacraia?, 18 anos, morto a tiros na noite de sexta-feira, ainda lamentavam o acontecido, receberam a notícia de que o primo dele, Tiago Henrique Galvão de Lima, 19, também havia sido assassinado.

Os dois morreram em menos de 24 horas, o primeiro em Fazenda Rio Grande e André, no Xaxim. O matador de Tiago foi preso momentos depois do crime e a polícia investiga se as duas ocorrências estão relacionadas.

Moradores do Jardim Gralha Azul ouviram sete tiros, por volta de 23h de sexta-feira, vindos de uma casa abandonada na Rua Tucanos, no Jardim Gralha Azul, mas só tiveram coragem de ver o que havia acontecido na manhã de sábado, quando encontraram o corpo de ?Lacraia?, totalmente nu, deitado em um colchão com ferimentos no peito e na coxa.

Segundo o investigador Marcos Gogola, familiares contaram que o rapaz era viciado em drogas e possivelmente foi surpreendido pelo assassino quando dormia. ?O local é um mocó, freqüentado por usuários de drogas, e a vítima já era conhecida da polícia pelos constantes furtos praticados na região?, contou o policial.

Foto: Alberto Melnechuky

Tiago, executado menos de 24 horas após o assassinato do primo.

Vício

Anderson, um antigo amigo de ?Lacraia?, contou que o jovem morto envolveu-se com drogas há pouco mais de um ano. Em conseqüência do vício, passou a se meter em mais confusões, e por isso pararam de se falar.

Anderson contou que, certa vez, o jovem foi ao litoral para cometer roubos. Acabou surpreendido pelo dono de uma residência e levou uma surra. P

ensando que estivesse morto, o dono da casa deixou o corpo do ladrão na praia, onde foi encontrado no dia seguinte e socorrido. ?Lacraia? passou 18 dias em coma num hospital do litoral.

Quando se recuperou, foi trazido pela mãe de volta a Fazenda Rio Grande, que implorou à polícia que prendesse o filho, para que não cometesse outros crimes. Mas o jovem continuou nas ruas, morando em ?mocós? e usando drogas.

Ressurreição

Uma jovem, que disse conhecer ?Lacraia?, contou que, há alguns meses, o corpo do rapaz foi recolhido no Xaxim, perto da casa do primo Tiago. A polícia acreditava que ele tinha sido morto com um tiro na cabeça.

Quando a família estava no necrotério do Instituto Médico-Legal (IML), fazendo o reconhecimento do suposto cadáver, ?Lacraia? acordou e assustou a todos. Estava vivo e voltou para casa com a família. Mesmo diante destas experiências assustadores, o rapaz voltou à vida desregrada.

Enquanto os familiares ainda lamentavam a forma trágica como terminou a história de ?Lacraia?, receberam a notícia de que Tiago também estava morto. Ele foi ferido com vários tiros, disparados por Carlos Alberto Farias, 31, preso pela Polícia Militar alguns minutos depois do crime, que aconteceu na Rua Vereador Oswaldo N. Bittencourt esquina com a Praça Imer Collares Marques.

Os policiais que atenderam a ocorrência disseram que Tiago tinha passagens na polícia por roubo e provavelmente foi morto com o próprio revólver.

Segundo informações da PM, o revólver calibre 38 apreendido com Carlos pertencia a Tiago, estava com duas cápsulas intactas e quatro deflagradas -, estas seriam as mesmas que mataram Tiago.

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