Pizzaiolo assassinado com três tiros

O pizzaiolo Nildo de Souza Gusmão, de 23 anos, sabia que estava correndo perigo. Já tinha fugido da Vila das Torres, no ano passado, porque sofrera ameaça de morte de uma das gangues que domina a favela. Foi para São Paulo, arrumou emprego e deu um tempo. Retornou no mês passado para a casa dos pais, mais tranqüilo, após receber um recado de que os bandidos haviam “esquecido a bronca”. Na noite de quinta-feira, porém, a ameaça se transformou em realidade. O rapaz foi executado com três tiros quando abria o portão de casa para seus assassinos. Ao lado do corpo, a polícia encontrou um revólver calibre 22, que Nildo possivelmente carregava para tentar se defender dos inimigos.

Silêncio

A Polícia Militar foi chamada às 21h30 por anônimos, avisando que havia um homem baleado na Rua Esperandio Domingos Foggiatto, em frente ao número 458. O Siate foi ao local, acompanhado por duas viaturas do 13.º Batalhão, mas os socorristas nada puderam fazer: a vítima já estava morta. Como sempre acontece em casos de assassinato na Vila das Torres, prevalece a lei do silêncio, pois os moradores temem ser vistos pelos olheiros do crime passando informações à polícia.

Foi informado apenas que Nildo estava com a mãe em casa, quando foi chamado na rua. O rapaz chegou a abrir o portão. Tombou morto com um tiro na boca e dois no peito. No chão ficaram caídos o cadeado do portão, a chave e a arma. Ninguém viu nem ouviu nada. Os parentes, desesperados, choravam a morte de Nildo, que ainda não havia conseguido emprego depois que voltou de São Paulo. A Delegacia de Homicídios abriu inquérito para apurar o caso.

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