Pesquisa revela que região Sul confia mais na polícia

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou ontem o Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre Segurança Pública no País. A pesquisa mostra como os cidadãos percebem a atuação do poder público em relação ao problema da criminalidade e da violência por regiões brasileiras.

De acordo com a pesquisa, a região Sul apresenta o segundo menor gasto com segurança pública do país, com R$172,75 por pessoa, perdendo apenas para o Nordeste com gasto de apenas R$ 139, 60.

Mesmo assim, o estudo aponta que os estados da região Sul mostram a menor incidência de “forte medo de assassinato”, foram 69,9%, contra o maior índice na região Nordeste, de 85,8%.

A confiança na polícia também ficou acima da média nacional, isto aparentemente significa que os paranaenses, catarinenses e gaúchos, mesmo com um número de policiais por habitante abaixo da média, 228 por 100 mil habitantes, têm uma avaliação positiva do trabalho do policial. São 496 avaliações favoráveis. Mas a taxa de homicídio doloso está próxima à média nacional.

De acordo com o resultado da pesquisa, a região Sul apresentou a sensação de segurança mais alta do País, e mostra faz uma avaliação positiva dos atendimentos realizados na área de segurança pública.

Irreal

Para o pesquisador na área de segurança pública, Arthur Conceição, a pesquisa não mostra a realidade. “Apresenta muitas falhas porque não é realizada por estados”.

Segundo Arthur, no Paraná a população não confia na polícia e o índice de criminalidade é relativamente alto. Isso porque a polícia não consegue trabalhar com questões básicas de atendimento a população.

O pesquisador ressalta que o governo não consegue chegar a um resultado satisfatório porque ainda utiliza métodos arcaicos da Constituição. As falhas na segurança pública paranaense, como não ter uma corregedoria eficiente e ouvidoria interna, são problemas antigos.

Arthur questiona a falta de ações de uma polícia cidadã que trabalhe ativamente com a comunidade, e não apenas mude a nomenclatura das viaturas. Os dados para a realização da pesquisa foram coletados em 2010.