Paranaenses agredidos por policiais ingleses

A organização não-governamental Casa do Brasil, que assiste a brasileiros em Londres, pediu investigação no caso de cinco paranaenses que foram agredidos pela Scotland Yard, polícia londrina, no último dia 18.

Quem vai acompanhar o caso é a IPCC (Independent Police Complaints Commission), órgão responsável por investigar abusos cometidos por forças policiais da Inglaterra.

Os jovens Thiago Antonio Murador, 26 anos, do município de Carlópolis, Luiz André Oliveira Rosa, 23, de Mariluz, Herigo Fabrício Correa Anselmo, 24, e Adiel Henrique Miguel, 20, ambos de Apucarana, acompanhados da menor KMM, 15 anos, são músicos, estão em situação legal no país e estavam voltando de um culto evangélico em Willesden, ao norte de Londres, quando foram abordados com violência pela polícia.

“Quatro oficiais armados desceram da viatura e aos berros abriram as portas do Golf preto que os brasileiros ocupavam e arrastaram os ocupantes para fora do veículo com violência. A menor, irmã de um deles, e a namorada do motorista do veículo foram ordenadas a ficar imóveis no interior do veículo”, contou o presidente da Casa do Brasil, Carlos Mellinger.

Eles levaram chutes nas costas, tapas na cabeça e Thiago chegou a ser atingido com um choque elétrico. As agressões teriam continuado mesmo depois de perceber que os brasileiros não eram os criminosos que a polícia procurava.

Os jovens ainda estão traumatizados com o ocorrido e refletem se vão permanecer na Inglaterra. O caso dos paranaenses agredidos pela polícia de Londres não é único. Só a Casa do Brasil recebe cinco reclamações por semana de abusos policiais.

Após a repercussão do caso Jean Charles, brasileiro executado no metrô de Londres por ter sido confundido com um terrorista, não se nota mudança no tratamento aos brasileiros. “Pelas atitudes, os policiais mostram que não aprenderam nada depois de Jean Charles”, diz. Hoje há cerca de 260 mil brasileiros vivendo em Londres e região.