Pais encontram pedaços da filha esquartejada

O encontro de mãos humanas e pedaços de um corpo, aparentemente feminino, em terrenos baldios que margeiam a estrada que liga Curitiba a São Mateus do Sul, desesperaram os familiares de Sônia Maria Siqueira, 22 anos. Desde o dia 11 de fevereiro, eles estão à procura da jovem. O caso foi relatado ontem no programa Tribuna na TV, transmitido pela TV Iguaçu.

De acordo com a mãe da desaparecida, Alexandrina Maria, naquele dia a família recebeu uma ligação anônima, informando que Sônia teria sido morta no interior da casa dela, no Bairro Novo B, Sítio Cercado, em Curitiba. O autor do crime teria sido o marido de Sônia, Evandro Luís Siqueira, 26 anos.

Conforme descrito no telefonema, a jovem foi esquartejada e os pedaços do corpo jogados em sacos plásticos pretos, posteriormente colocados dentro do Monza, pertencente a Evandro. O carro teria seguido em direção a São Mateus do Sul, e, a partir da cidade da Lapa, pedaços do corpo começaram a ser jogados ao longo da estrada.

A história, porém, ainda não pôde ser totalmente confirmada por pais e parentes de Sônia. Segundo eles, no mesmo dia 11, Evandro sofreu um acidente e morreu ao colidir o Monza na mesma estrada onde teria espalhado o corpo de sua esposa. Com sua morte, o caso ficou mais difícil de ser elucidado e detalhado. Acredita-se que ele tenha se acidentado logo após terminar de jogar o corpo de Sônia.

Descoberta

A partir da informação anônima, familiares da vítima se reuniram e iniciaram uma série de buscas. No decorrer dessa semana, ocorreram encontros macabros. O pai de Sônia, Osvaldo Guedes, e o padrasto dela, localizaram as mãos de uma mulher, que eles afirmam pertencer à desaparecida. Até a última quarta-feira, outros pedaços do corpo foram localizados a cerca de vinte quilômetros do local onde Evandro sofreu o acidente com o carro.

O material encontrado foi encaminhado ao IML de Ponta Grossa, onde a família espera a realização de exames, para comprovar que ele pertence a Sonia. Desde o dia 11 deste mês, parentes da moça se concentram à margem da rodovia à procura de novos restos mortais.

Alexandrina, que mora em Londrina, mas atualmente está na residência do ex-marido, em Fazenda Rio Grande, acompanhando o desenrolar do caso, realmente acredita na possibilidade de a filha ter sido assassinada por Evandro e posteriormente esquartejada. “Ele trabalhava como açougueiro”, completou.

Descaso

Osvaldo contou que já registrou queixas no 10.º Distrito Policial (Curitiba) e na delegacia da Lapa sobre o fato. Os pais de Sônia reclamam do descaso com que o assunto vem sendo tratado pela polícia. “Não contamos com o apoio policial nas buscas. Eles só vêm quando encontramos alguma coisa”, reclama Alexandrina. Ela gostaria que a polícia dispusesse de pessoas que auxiliassem na procura por mais partes do corpo, inclusive do Corpo de Bombeiros para procurar em rios que cortam o local. “Gostaria de dar um enterro digno para minha filha, encontrando, ao menos, a cabeça dela”, disse a mãe, bastante emocionada.

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