Pai questiona morte do filho em confronto

A família do açougueiro Ivo Bortoli Paula, 22 anos, morto em suposto confronto com policiais militares do 13.º Batalhão, questiona a morte do rapaz, ocorrida na madrugada de segunda-feira. O pai do jovem, o pedreiro Pedro Paula, contou que o filho era trabalhador, casado e tinha duas filhas.

Segundo ele, no domingo, Ivo esteve em sua casa para visitá-lo, mas como ele não estava, ficou de retornar mais tarde. Porém, o encontro não aconteceu. ?Meu filho foi criado na Vila Nossa Senhora Aparecida, Cidade Industrial. Nunca teve problemas com polícia. Era querido por todos?, contou o homem. ?O único erro dele foi que se apaixonou pela ex-mulher de um traficante, que começou a ameaçar toda a família dela. Então, eles se mudaram daqui e meu filho também?, relatou o homem.

Ivo sempre visitava sua família e nunca teve problemas. ?Meu filho foi executado. Cinco tiros. Nunca andou armado. Quero saber por que fizeram isso com ele. Vou lutar até o fim?, prometeu Pedro. Uma das providências que ele pretende tomar é procurar autoridades para requisitar o exame de luva de parafina em seu filho, já que a Polícia Militar afirma que houve confronto. ?Tem muitas coisas estranhas. Meu filho não iria sair a pé, de madrugada, para vir na minha casa?, contou Pedro.

Versão

De acordo com a Polícia Militar, o açouqueiro foi baleado à 1h30, na Rua Gerônimo de Souza Sobrinho, na Cidade Industrial. Ele estaria junto com um grupo de pessoas. Ao perceber a presença da polícia, Ivo teria fugido e atirado quatro vezes, acertando um dos disparos na viatura. No revide, os policiais acertaram cinco tiros em Ivo. Ele foi socorrido e levado ao Hospital do Trabalhador, mas não resistiu. Após o confronto, os policiais foram afastados e um inquérito policial foi aberto para apurar as circunstâncias da morte.

Confrontos

A morte de Ivo foi a terceira este mês, durante confronto com militares. A primeira foi de Gilberto Messias, 20 anos, no Parolin, e a outra foi do porteiro Jacir Lourenço, 37, em Almirante Tamandaré.

Em fevereiro, dois supostos confrontos que resultaram em mortes também estão sendo investigados, o do pedreiro Edson Elias dos Santos, 28 anos, no dia 17, e de Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, 19 anos, no dia 25.

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