Pai culpa policiais da Rone pela morte do filho

Vítima de agressão, o adolescente Raphael Alves da Silva, 17 anos, morreu no final da madrugada de ontem no Hospital do Trabalhador. O rapaz teria sido espancado por policiais militares da Rone – Ronda Ostensiva de Natureza Especial, na madrugada de segunda-feira, próximo a um hipermercado na Avenida Presidente Keneddy, Vila Guaíra. No dia, ele foi medicado e liberado, mas seu estado de saúde piorou. O jovem foi conduzido por familiares ao Hospital do Trabalhador e foi internado às 16h de terça-feira, mas não resistiu aos ferimentos.

O pai da vítima, João Maria Alves da Silva, contou que seu filho saiu de casa, na Rua Montesi, Parolin, por volta da 1h da madrugada de segunda-feira, para conversar com amigos. Horas depois retornou dentro de uma viatura da Rone, muito machucado. “Perguntei o que tinha acontecido e ele falou que a polícia tinha batido nele. Ele apanhou bastante na cabeça. Depois os policiais o levaram até o Hospital do Trabalhador e o trouxeram em casa”, disse João. “Não vou dizer que o Ra-phael era santo, ele bebia e fumava maconha, mas também não merecia morrer deste jeito”, frisou João Maria. Ele informou que o filho reclamava de dores no corpo e principalmente na cabeça. “A gente ganha uns remedinhos, mas eu queria levá-lo até o hospital. O Raphael não queria, mas acabei internando ele no Hospital do Trabalhador na tarde de terça-feira. Infelizmente não adiantou, porque ele morreu”, lamentou o pai.

Investigações

O delegado Agenor Salgado, titular da Delegacia de Homicídios, disse que irá encaminhar ofício à Polícia Militar, para saber o que aconteceu. “Recebemos a informação na tarde de hoje (ontem). Vamos solicitar informações da corporação para saber se eventualmente alguns de seus homens praticaram algum ato de violência contra o menor”, salientou Salgado. Ele disse que o pai do garoto registrou o boletim de ocorrência e nos próximos dias deverá prestar depoimento, para contar a história repassada pela vítima.

O tenente Periguary, da Assessoria de Imprensa da PM, disse que a Polícia Militar ainda não tem conhecimento do fato. “Sem dúvida é uma denúncia grave. Estamos aguardando que a família da vítima denuncie ou um documento oficial da Delegacia de Homicídios para nos manifestarmos. Será aberto um procedimento administrativo para que os responsáveis sejam punidos, se for o caso”, ressaltou.

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